Após um 7 de setembro com mobilizações intensas a favor do presidente Jair Bolsonaro e algumas contra, os catarinenses foram surpreendidos na quarta-feira – o dia seguinte – com uma série de bloqueios de rodovias, feita por caminhoneiros apoiadores do presidente que continuaram mobilizados desde o dia anterior. Por mais relevantes que sejam as causas, eles precisam escolher o caminho da negociação e suspender essas barreiras porque nada justifica impedir o transporte de produtos no meio da pior pandemia dos últimos cem anos.
Continua depois da publicidade
Receba as principais notícias de Santa Catarina pelo Whatsapp
Outra razão para encerrar esse movimento é o fato de ter iniciado sem aviso prévio. Isso significa que pelo menos parte das pessoas e agentes econômicos que precisavam de abastecimento contínuo de medicamentos, alimentos ou combustíveis, por exemplo, não pôde tomar medidas preventivas.
Agora o Brasil pode parar?
Pode-se afirmar que esses bloqueios estão prejudicando boa parte dos que defendem as mesmas causas desses caminhoneiros, que são o apoio a Bolsonaro e críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF). Fonte da Polícia Rodoviária Federal do Norte do Estado informou que a maioria do grupo faz críticas ao STF.
A Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) foi uma entidade que emitiu nota no dia 27 de agosto reconhecendo o direito à livre expressão em 7 de setembro, em manifestações pacíficas e democráticas. Mas nesta quarta-feira à tarde, o presidente da entidade, Mario Cezar de Aguiar, veio a público, em vídeo, pedir a compreensão de líderes do movimento de caminhoneiros para reavaliar os bloqueios no Estado. Segundo ele, o movimento já causa prejuízos consideráveis e ameaça a continuidade da produção e do transporte de bens.
Bloqueios de caminhoneiros em rodovias tentam gerar caos e clima para golpe
A Federação das Empresas de Transporte e Logística de SC (Fetrancesc) divulgou nota nesta quarta dizendo que empresas vinculadas à entidade não participam do movimento grevista. Também cobrou a suspensão urgente do movimento nas estradas de SC. Contudo, a entidade também tem no seu grupo uma maioria que apoia as causas do presidente Bolsonaro. Fetrancesc e a Fiesc estão entre as federações que integram o Cofem, Conselho das Federações Empresariais de SC, entidade que chegou a se posicionar mês passado a favor do voto impresso auditável, uma causa do atual governo federal.
Parar o transporte de mercadorias é o pior dano que se faz à população e à economia, em especial no Brasil, onde a maior parte dos produtos vai por rodovias. O que se espera é que os caminhoneiros grevistas ouçam as autoridades públicas e as entidades que têm a mesma visão política deles, mas deixam claro que é preciso seguir com liberdade para trabalhar. Se não, as crises do país ficarão ainda mais profundas, o que pode arrastar o combustível para preços ainda mais elevados porque o dólar fica mais caro.
Continua depois da publicidade
Leia também
SC voltará a fazer financiamento para obras
Ferroeste projeta ramal de R$ 6 bilhões para trazer grãos até Chapecó
Acif e Unimed fazem ação conjunta para incentivar inovação na saúde
Crises em áreas de saúde, economia e política afetam alta do PIB do Brasil