Longe do principal gasoduto do Sul do Brasil, o Gasbol, os polos urbanos da região Oeste de Santa Catarina podem ser atendidos por redes locais de gás abastecidas com um mix gás natural comprimido, gás natural liquefeito e biometano. Além disso, pode ser usado junto também hidrogênio verde.

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Esse foi um dos temas do workshop internacional Fair Gas Transition and Energy Security (O papel do gás na transição energética justa e segura) realizado quinta-feira e sexta desta semana, no Hotel Majestic, em Florianópolis. A organização foi da SCGás, em parceria com a União Internacional do Gás (IGU, na sigla em inglês).

O biometano pode ser produzido no Oeste de SC por meio de sistemas que usam dejetos de suínos ou material orgânico de aterros sanitários. De acordo com o engenheiro Giovane Rosa, um dos painelistas do evento e sócio da empresa GásOrgânico, de Santa Catarina, o uso de gás natural com biometano ou hidrogênio verde na mesma rede são opções já experimentadas na Europa com êxito, atendendo a necessidade de sustentabilidade.

– Faz todo sentido fomentar projetos de redes estruturantes no interior para abastecer essas regiões como ocorre onde há gás disponibilizado por gasodutos. É possível atender indústria, comércio, residências e gás natural veicular (GNV). Essa rede pode ser abastecida por biometano ou por um mix de biometano GNL (gás natural liquefeito transportado) – afirma Giovane Rosa, CEO da empresa Gás Orgânico.

Outra novidade discutida no evento foi a possibilidade de uso de hidrogênio verde junto com o gás natural nas redes de gás. Existem diversas indicações e já está se fazendo isso em caráter experimental na Europa, explica Geovane Rosa. Segundo ele, é uma forma de descarbonizar, armazenar essa energia renovável.

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Uma fonte de geração de hidrogênio verde, segundo o empresário, pode ser por meio de painéis fotovoltaicos. Uma opção é, a partir dessa energia gerada pelo painel solar, fazer uma descarga eletromagnética com eletrolisador, que parte as partículas da água em hidrogênio e oxigênio. Essa é uma forma de utilizar o hidrogênio como energia renovável.

Três painéis do workshop abordaram o uso alternativo de gases: “Perspectivas para o biometano e integração ao setor de gás”, “Hidrogênio para o mercado nacional”, e “Cenário de integração de gases na rede de gás”.

O evento contou com palestrantes do  exterior como Paul Cheliak, da Associação Canadense de Gás; Nuno Afonso Moreira, de Dourogás (Portugal) e Philippe Guchet, da Engie França. Entre palestrantes brasileiros, participaram Marcelo Mendonça, da Associação Brasileira de Gás; Ieda Gomes, FGV Energia; João Marcelo Barreto, da Petrobras; Robson Coelho, da TBG; Willian Lehmkuhl, da SCGás; além de representantes de outras instituições.