As tecnologias digitais crescem aceleradamente em todos setores da economia, com as peculiaridades de cada um. No varejo, enquanto grandes players trabalham mais tranquilos, ditam tendências e se ajustam, os pequenos negócios enfrentam maior apreensão, mais dúvidas.
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Portal Tech SC traz informações sobre o universo da tecnologia em Santa Catarina
O início das vendas no Brasil pela gigante americana Amazon, em janeiro, estreando com eletrodomésticos e outros itens, passou a preocupar as empresas brasileiras do setor. Entre as companhias nacionais que atuam nesse setor, o Magazine Luiza é apontado como o mais preparado, que teria fôlego para melhor concorrer com a empresa dos EUA e ser a “Amazon brasileira”.
A mais recente ação do Magazine nesse sentido foi a proposta de compra da Netshoes, maior empresa virtual de venda de calçados, fundada por universitários de São Paulo em 2000 que em 2015 já era o maior portal mundial de venda online de produtos esportivos. Com essa aquisição, a varejista vai diversificar atividades e se tornar multinacional.
O que viabilizou ao Magazine ser essa gigante competitiva foi o acerto da estratégia desde o início, me contou em entrevista exclusiva recentemente, em Florianópolis, a presidente do conselho da companhia, Luiza Helena Trajano.
— A gente fez as coisas certas na hora certa. Nós acreditamos numa proposta de não separar o .com das lojas físicas. A gente sempre acreditou que isso era uma coisa só. E o mercado acreditava o contrário – explicou a empresária ao destacar que quando essa fase passou a empresa estava lá na frente das demais.
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Mas as pequenas e médias empresas têm mais dúvidas sobre os rumos, a centralização de negócios e sobre como competir no mercado digital. Está cada vez mais difícil para todo mundo. O caminho é atuar ao mesmo tempo tanto da forma tradicional, com lojas físicas, quanto no mundo digital, investir em tecnologias, atender bem os clientes, buscar parceiros e ter disposição para mudar de setor caso as tecnologias disruptivas apontarem para isso. É preciso também prestar atenção e, quando possível, ajudar nas regulamentações que envolvem mudanças em função do mundo digital.
No caso das grandes empresas de varejo, as maiores apreensões têm origem na tecnologia. O medo é que veículos autônomos, drones, robôs e outras novidades também gerem concentração de renda e problemas em massa. Tudo isso mostra que o futuro será, cada vez mais, do jeito dos filmes de ficção científica.