O Índice de Atividade Econômica Regional de Santa Catarina (IBCR-SC), calculado pelo Banco Central e considerado uma prévia do PIB, registrou retração de 0,35% em novembro do ano passado na comparação com o mês anterior, outubro. No acumulado de janeiro a novembro alcançou crescimento de 2,21% frente ao mesmo período do ano anterior.
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O resultado catarinense em novembro frente a outubro ficou abaixo da média nacional, que cresceu 0,18% mas, no ano, avançou mais que o dobro do resultado do país, que teve alta acumulada de 0,95%.
Na comparação com novembro do ano anterior, Santa Catarina teve uma queda de 3,78% enquanto a média nacional alcançou crescimento de 1,10%.
Segundo análise comparativa feita pelo Observatório da Indústria, da Fiesc, Santa Catarina ficou em quarto lugar no ranking dos maiores crescimentos do IBCR do país de janeiro a novembro do ano passado, superada apenas pelo Amazonas (4,19%), São Paulo (2,92%) e Goiás (2,44%).
O resultado negativo do índice no mês de novembro, no Estado, não surpreende porque as pesquisas do IBGE registraram resultados negativos frente ao mês anterior: a produção industrial teve retração de 0,5%, comércio recuou 0,6% e os serviço tiveram queda de 1,8%.
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No caso da indústria, um setor que puxa os demais por movimentar diversas cadeias econômicas, a maior retração ocorreu no setor metalúrgico em função da queda de vendas de autopeças devido à crise Argentina. Outro recuo importante foi no setor de confecções, que vendeu menos porque o inverno foi fraco e aí não produziu muito nos meses posteriores.
Economia cíclica
O desempenho da atividade econômica de Santa Catarina, embora melhor que o do Brasil, mostra altos e baixos típicos em função do baixo ritmo de crescimento do Brasil, que nos últimos três anos ficou em cerca de 1%. O Estado cresce mais do que a média do país, mas sofre também com esse sobe-e-desce. A expectativa para 2020 é de um maior ritmo de atividade e crescimento e que SC siga acima da média. Como o setor público não tem recursos para investir, uma aposta é em mais dinheiro privado para infraestrutura.
Black Friday e sazonalidade
O economista do Observatório da Indústria, Henrique Reichert, afirma que a crise da Argentina está afetando a indústria catarinense, uma das razões do baixo resultado de novembro. As exportações do Estado para o país vizinho caíram 20% no mês, com impacto maior para venda de automóveis e papel.
Segundo ele, pesa também a sazonalidade da indústria catarinense. O setor de confecções, que é o maior do Estado, concentra a produção nos meses de agosto e setembro. Outros setores também antecipam a fabricação para as vendas em novembro e dezembro, observou o economista. Outra surpresa negativa, conforme Reichert, foi desempenho aquém do esperado do comércio em novembro, quando se projetava alta em função da Black Friday.
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Mas para o ano de 2020, o economista acredita que o Estado seguirá crescendo mais do que o Brasil. Se o país crescer 2,5%, SC pode ficar perto de 4%, projeta ele.
– Temos incertezas no mercado internacional. Não sabemos se o acordo Estados Unidos-China vai reduzir nossas exportações de carnes e como vai se comportar a Argentina. Mas esperamos que, pelo melhor desempenho da economia brasileira, a gente consiga melhor resultado internamente e isso favoreça um crescimento de Santa Catarina acima do alcançado em 2019 – avalia Reichert.