As unidades de carne bovina do grupo brasileiro JBS nos Estados Unidos, Austrália e Canadá foram vítimas de um ataque cibernético que parou atividades segunda-feira. O governo americano afirmou que foi um ataque de hackers russos, os mesmos que realizaram, há menos de um mês, intervenção semelhante à Colonial Pipeline, companhia de petróleo da costa leste do país.
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As atividades foram retomadas na noite desta terça-feira e a Casa Branca está cobrando do governo russo a suspensão dessa que é uma guerra cibernética porque tem feito ameaças também a instituições do governo dos Estados Unidos.
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O mercado avalia que essa intervenção na JBS teve como objetivo a redução do preço da carne no mundo porque nos últimos meses ela ficou cerca de 30% mais cara em função da baixa oferta internacional. Esse problema de oferta também resultou em uma reorganização de mercado liderada pelos americanos.
Como o sistema de venda e abate de carne bovina nos Estados Unidos é interligado digitalmente, incluindo a bolsa de Chicago, as outras empresas também tiveram que parar o abate. Isso começou a gerar problemas no abastecimento terça-feira, o que preocupou a Casa Branca.
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As atividades de frango e suíno da empresa, tanto nos EUA quanto em outros países, como o Brasil, não foram afetadas. As operações brasileiras de carne bovina também não foram atingidas. Em Santa Catarina, a JBS é dona da empresa Seara, que atua com aves e suínos.
O governo americano culpou os russos porque o modus operandi do ataque foi o mesmo ao da Colonial. Os hackers acessam dados da empresa por meio da senha de alguns empregados, desorganizam informações, interrompem atividades e cobram um valor de resgate. No caso da empresa petrolífera o grupo que assumiu a autoria foi o DarkSide, que extorquiu US$ 4,4 milhões da companhia, informou o El País. Nesse caso da empresa brasileira não foi informado o valor cobrado.
Mas ataque hacker não é novidade para a JBS, líder mundial em proteína animal. Há cerca de dois anos, o sistema de abate de carne bovina da companhia no Brasil teve um ataque cibernético, mas sem sucesso.
Os infratores chegaram somente até a primeira etapa e não conseguiram avançar porque a segurança da tecnologia brasileira é maior que a dos EUA e outros países. É que ela segue o modelo da tecnologia bancária nacional, com diversos níveis de segurança. Na época, a suspeita também foi de hackers russos. Esse é mais um risco que precisa de mais prevenção.
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