Acusações e críticas entre os oito candidatos ao governo de Santa Catarina marcaram o debate da NSC Comunicação na noite desta terça-feira. Apesar disso, o eleitor que esperou esse embate para decidir o voto contou, pelo menos com diversas abordagens, sobre o principal gargalo econômico do Estado: a falta de infraestrutura rodoviária.
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Os eleitos terão que se empenhar para atender demandas reiteradas por quem trafega por SC e listadas nas propostas prioritárias de entidades empresariais. Isso é um alerta não só aos que vencerem para cargos executivos, mas também aos parlamentos nacional e estadual.
Questionado no debate pelo candidato Carlos Moisés (Republicanos), o candidato Décio Lima (PT) defendeu um planejamento de infraestrutura para ampliar investimentos em rodovias no Estado, lembrando governos federais do seu partido (Lula e Dilma), que investiram em obras da duplicação da BR-101 Sul.
Carlos Moisés aproveitou para defender o trabalho no seu governo. Afirmou que recebeu o Estado em 2018 com 70% das estradas em péssimas condições e está finalizando a gestão com restauração de 70% dessas vias com problemas. Disse também que precisou formar equipe de engenheiros, fazer projetos e que obras em rodovias federais no Estado só estão em andamento porque receberam recursos estaduais (R$ 465 milhões).
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Lima discordou do avanço das restaurações, criticou a falta de verbas federais do governo de Jair Bolsonaro para obras em BRs de SC e disse estranhar o uso de recursos do Estado em rodovias federais.
O petista voltou a abordar infraestrutura com o candidato Esperidião Amin (Progressitas). Disse que o Estado era contemplado com 60% de retorno da arrecadação nos governos do seu partido e hoje, está em 7%. Parte dos recursos era para infraestrutura.
A réplica do senador foi de que também nos governos do PT Santa Catarina foi preterida em obras rodoviárias e que, agora, os parlamentares do Estado conseguiram tirar o Estado do sétimo lugar e colocar em terceiro lugar em recebimento de recursos federais para rodovias.
O tema “Recursos para SC” ganho evidência ainda entre os candidatos Jorge Boeira (PDT) e Jorginho Mello (PL). Boeira disse que, em primeiro lugar, se eleito, vai construir relações institucionais com a presidência da república e prefeitos, com quem tem os recursos e com quem precisa de recursos. Aproveitou para criticar o fato de que as verbas federais previstas para BRs em SC, no ano que vem, não são atrativas nem para empreiteiras iniciarem os trabalhos.
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Senador governista, Mello afirmou que sempre tem trabalhado para trazer mais volume de recursos para obras em Santa Catarina. Disse que esse trabalho é feito em conjunto, com os demais parlamentares. Citou que para finalizar a BR-285, no Sul do Estado, falta apenas um quilômetro.
Boeira alertou sobre as limitadas verbas federais previstas para BRs em SC no ano que vem. Disse que a cifra prevista para a BR-470 dá para fazer apenas oito quilômetros, à BR-280, apenas sete quilômetros, para a BR-163, sete quilômetros e para a BR-285, não dá um quilômetro. Cobrou mais velocidade do governista para conseguir recursos federais.
A falta de infraestrutura foi apontada como o principal ou um dos principais gargalos econômicos do Estado por quatro levantamentos de prioridades para a próxima gestão pública catarinense. São o SC Ainda Melhor, elaborado pela NSC Comunicação após ouvir mais de 80 lideranças do Estado; a Cartilha Voz Única da Federação das Associações Empresariais (Facisc); a Carta da Indústria (Fiesc); e Carta do Comércio (Fecomércio-SC).
O fato é que nos últimos anos, o orçamento federal para obras tem enfrentado recuos constantes e função dos excessos de gastos da Uniao em diversas áreas. SC precisa enfrentar de frente esse desafio que atrasa a economia. Deve ser ainda mais incisiva na exigência de recursos federais, investir recursos estaduais quando tiver e conceder à iniciativa privada, quando possível. Estados com rodovias concedidas, de alta qualidade, a exemplo de São Paulo, têm atraído investimentos com mais facilidades.
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