O Grupo Madero de restaurantes, após surpreender o mercado na última sexta-feira (25) ao divulgar balanço no qual relata que tem dívidas elevadas que colocam as atividades futuras em risco, informou em rede social sábado (26) que os negócios vão bem. O fundador e presidente da companhia, Junior Durski, negou o risco às atividades, disse que o grupo segue crescendo e que dívidas estão sendo negociadas. Com mais de 200 restaurantes das redes Madero, Jeronimo Burger e Restaurante Durski, a empresa nasceu no Paraná em 2005 e começou expansão no Brasil por Santa Catarina, com unidade em Balneário Camboriú. Hoje, são 14 restaurantes em diversas cidades do Estado.

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– O Grupo Madero está muito bem, temos um caixa muito robusto, seguimos firmes com a nossa expansão, contratando pessoas, pagando impostos e ajudando o Brasil – escreveu Junior Durski em sua conta no Instagram.

Essa mensagem de sábado foi uma reação demorada ao impacto que causou a divulgação sobre o balanço da empresa do primeiro trimestre. De acordo com o relatório, a dívida total do grupo no fim de março, considerando curto, médio e longo prazo era de R$ 2,4 bilhões e desse montante, 31% vão vencer em até um ano, informou o Valor. Ainda segundo o jornal, a empresa de auditoria PwC relatou que o Madero tinha capital circulante líquido negativo consolidado de R$ 446,5 milhões, um pouco menos do que os quase R$ 493 milhões no final do quarto trimestre do ano passado. A dívida total é com financiamentos bancários, fornecedores, tributos e outros.

Junior Durski havia informado que abriria capital do grupo na bolsa americana Nasdaq, mas que desistiu em função das dificuldades impostas pela pandemia. Ele afirmou que deve apresentar pedido de IPO (oferta inicial de ações – na sigla em inglês) na B3, a bolsa brasileira.

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O impacto do balanço também motivou a empresa a abrir mais números sobre o que vem fazendo para manter o negócio estável. Nesta segunda-feira, informou ao Valor que renegociou na última semana R$ 160 milhões em debêntures. Conseguiu postergação de seis meses, passando o vencimento para o segundo semestre do ano que vem.

A rede Madero, a exemplo dos demais negócios de gastronomia, foi afetada pelo distanciamento social necessário devido ao novo coronavírus. Em Santa Catarina, loja de Florianópolis relata que o movimento já voltou ao normal, enquanto a unidade de Chapecó diz que ainda enfrenta impacto da crise sanitária e que a venda online está sendo relevante para o negócio. Além dessas duas cidades, o Madero tem lojas em Araranguá, São José, Balneário Camboriú, Itajaí, Itapema Barra Velha, Blumenau, Araquari e Joinville. Algumas cidades têm mais de uma unidade.

A empresa atua no Brasil com lojas próprias e franquias. Os acionistas do grupo são o fundador Junior Durski e a multinacional SPX, que assumiu a participação do fundo Carlyle.