Durante a pandemia, a maioria das companhias abertas listadas na B3, a bolsa de valores brasileira, enfrentou ‘tempo ruim’ somente no primeiro trimestre, de março a maio de 2020. Após essa fase, grande parte das empresas de SC que tem ações negociadas em bolsa teve ótimo desempenho operacional, avalia o economista Rafael Costa, gestor da Próprio Capital, de Florianópolis.
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-Do ponto de vista operacional, dois cases interessantes de Santa Catarina são WEG e Engie. A WEG é uma companhia com excelente reputação no mercado devido a sua gestão, entrega de resultados e constante evolução. Verifica-se que a melhora de todos os indicadores operacionais se refletiu na cotação da ação, com a companhia acumulando mais de 400% de valorização nos últimos cinco anos. Já a Engie é uma companhia de energia que vem realizando esforços no sentido de alienar ativos como termelétricas a carvão e aderir a geração de energia via fontes renováveis, em linha com as práticas ESG – explica Rafael Costa.
Segundo ele, apesar de Santa Catarina ter poucas empresas ainda em bolsa, o Estado possui diversidade de setores com empresas listadas, com destaque em indústrias, sendo têxtil e metal mecânica como as mais robustas. Outro ponto interessante é que o setor de tecnologia representou as companhias que recém começaram a ser negociadas na bolsa, com os IPOs de Intelbras, Neogrid e Unifique. As três ingressaram na bolsa durante a pandemia.
Conforme o economista, entre as catarinenses, empresas com poucas ações negociadas também tiveram evolução positiva na bolsa. Ele cita a Battistella, com base em Lages, e a Altona, de Blumenau, que melhoraram as margens de lucro.
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Quanto ao desempenho geral das empresas brasileiras na bolsa do país, Rafael Costa avalia que grande parte teve bons resultados nos balanços do 2º trimestre, com faturamento, margens e lucros acima do que era antes da pandemia. Isso traz um leque de possibilidades para quem investe ou quer investir em ações na bolsa de valores.
– Para ter ações negociadas em bolsa, essas companhias têm uma longa história e robustez, sempre superando adversidades, com gestão superior e acesso a melhores recursos – afirma ele.
O gestor destaca que a consolidação setorial tem promovido mudanças estruturais que são grandes oportunidades lucrativas, e cita como exemplo empresas como a Locaweb na tecnologia, e a Simpar na logística, além de estratégias bem-sucedidas, como é a decisão da TIM de priorizar clientes mais rentáveis.
– Até mesmo no setor de consumo, a reabertura da economia mostra que os destaques setoriais estão bem preparados, a exemplo das Lojas Renner, da rede de shoppings Alliansce Sonae, e da JHSF, que é voltada para empreendimentos ao público de altíssima renda – destaca ele.
Outro setor que cresceu muito durante a pandemia e mostrou esse bom desempenho nos balanços foi o a construção civil. Rafael Costa cita como destaques as empresas Direcional, que atua com unidades mais populares e a Mitre Construtora, de São Paulo, que faz imóveis de luxo. Na avaliação dele, poucas empresas ficaram estagnadas em função da pandemia. Nesse grupo estão as Lojas Marisa e redes de fast food como a Burger King e Domino’s no Brasil.
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