Uma das centenárias empresas catarinenses, a Altenburg, do setor têxtil de cama e banho, de Blumenau, adota novo planejamento estratégico para crescer mais de 70% nos próximos quatro anos. O projeto, denominado Phenix pela abrangência, visa levar a empresa para faturamento de R$ 1,2 bilhão em 2027, informa o vice-presidente Tiago Altenburg.

Continua depois da publicidade

Receba notícias de SC por WhatsApp

Para alcançar esse resultado, a companhia, que deve faturar este ano R$ 700 milhões, vai mudar principalmente as ações na área comercial e investir em tecnologia para acelerar as vendas por e-commerce. Além disso, vai iniciar rede de franquias e fortalecer, também, a marcar de luxo Haus, destaca o empresário.

Tiago Altenburg é da quarta geração da família, que teve como protagonista a empreendedora Johanna Altenburg, fundadora da empresa em 1922. Ele trabalha ao lado do pai, Rui Altenburg, presidente da companhia.

A Altenburg conta com cinco fábricas, das quais duas estão em Blumenau, uma em São Roque, São Paulo; outra em Sergipe, no Nordeste e uma quinta no exterior, no Paraguai. A seguir, leia a entrevista de Tiago Altenburg para a coluna e veja fotos na galeria no final desta matéria.

Continua depois da publicidade

Como a Altenburg está encerrando 2023?

– Devemos encerrar 2023 com crescimento da ordem de 5% em receita. Para mim, isso é estabilidade, a gente praticamente não cresceu. Viemos de um ano fantástico de crescimento em 2022.

Mas crescemos muito em 2021 e 2022 porque tivemos inflação muito grande de materiais, do algodão e outras matérias-primas. A gente sofreu muito com essa inflação porque na expectativa de não perder mercado, a gente não repassou custos nesses dois anos.

E aí em 2023 a gente meio que bancou essa briga: vamos precisar repassar custos, recuperar margens, mesmo que tenhamos uma leve perda. Até porque os grandes varejistas, que são os grandes parceiros nossos, estavam sinalizando que o ano deles seria menor. Os principais parceiros, ou mantiveram a mesma quantidade ou reduziram. Porém, com a gente, eles cresceram.

Então, vamos fechar este ano com crescimento de receita de 5%, mas o resultado cresceu de forma expressiva. Reposicionamos nossa marca, abrimos mão de lojistas que pressionavam muito no preço, exigiam preços não compatíveis com a realidade. Então, os preços das matérias-primas já caíram e a gente conseguiu segurar os nossos preços para recuperar margens e perdas de anos anteriores.

Continua depois da publicidade

Quais são as expectativas para o ano de 2024?

– A gente nunca olha muito para a economia, de crescer mais que o PIB. Olhamos o nosso potencial. Fizemos um trabalho agora, ao longo de 2023, que foi essencial para o nosso planejamento estratégico para os próximos quatro anos, até 2027.  

Vamos ter um crescimento forte, de mais de 15%, buscando novos mercados, reestruturando o comercial, ampliamento em torno de 150% o investimento em marketing, com nova estruturação de toda a área comercial, de marketing e varejo multimarcas.

Tudo está sendo reestruturado e reorganizado através desse projeto. É uma transformação tão grande que a gente denominou de Phenix. E a nossa convenção de vendas também recebeu o nome de Phenix por ser uma transformação da equipe comercial. Então, tanto de estratégia, quanto tática e execução comercial vamos ter uma transformação muito grande.

Quais são as estratégias para o e-commerce?

– Temos novo projeto de B2C (vendas para o consumidor final) e vamos ter uma nova plataforma B2B para o relacionamento com multimarcas. Vamos investir também em CRM. São grandes investimentos para sustentar o crescimento previsto até 2027 para chegar ao faturamento de R$ 1,2 bilhão. Devemos fechar este ano de 2023 com R$ 700 milhões.

Continua depois da publicidade

Como foram as vendas da Altenburg na Black Friday?

– A gente triplicou em relação ao mesmo período do ano passado. Tivemos crescimento de 300%. As pessoas compraram muito, produtos de todas as linhas. A maior procura foi por jogos de cama com toque acetinado, travesseiros, protetores impermeáveis de travesseiros e jogos de cama 300 fios. Foram comercializados quase 90 mil itens no nosso portal.

A empresa tem um plano de iniciar rede de franquias. Vai começar em 2024?

A gente está com 15 lojas próprias, monomarcas. Há cerca de 15 anos temos lojas próprias. A de Balneário Camboriú já tem 17 anos. Reformamos novamente a primeira loja do grupo, inaugurada em 1969, na rua São Paulo, em Blumenau, onde meu pai trabalhou. Vamos reabrir nesta segunda-feira (11).

O projeto de franquia está assim: estamos prospectando, queremos bons franqueados para um piloto inicial de três a quatro pontos de vendas. Vamos experimentar um formato de franquias.  

Vocês têm uma marca de produtos luxuosos, a Haus. O que você destaca dela?

– É uma marca sensacional, premium, que vai para a terceira coleção (terceiro ano). Para se ter ideia, nós temos mais de 7 mil parceiros multimarcas no Brasil, mas a distribuição da marca Haus é somente para 90 revendedores. É um nicho de mercado. São produtos de altíssima qualidade, com design inovador. São produtos naturais, sem embalagem plástica, confeccionados fora do país, mas com desenvolvimento nosso.  

Continua depois da publicidade

Agora, estamos reestruturando a área de vendas também dessa marca. Vamos fazer um atendimento direto, uma assistência mais próxima dos revendedores. Também temos uma estratégia de um produto de entrada para a Haus para atingir mais consumidores.

Essa marca é voltada para um público que valoriza a sustentabilidade, o luxo do simples. O consumidor da Altenburg é, principalmente, o das classes A e B. O da Haus é o AAA. O produto mais acessível dessa marca é a partir de R$ 2.500, mas deveremos lançar algo em torno de R$ 1.500. O conjunto de cama mais caro, de seda Mulberry, completo, custa em torno de R$ 30 mil ao consumidor.

A Altenburg tem planos para aumentar as exportações?

– Atualmente, exportamos entre 5% e 10% da produção. O maior mercado é América Latina. Estamos prospectando agora o mercado dos Estados Unidos. Eu sempre falo que nossa meta é triplicar as exportações.

Tem muito espaço no mercado internacional e como nós somos grandes importadores, é estratégico ter uma boa balança comercial, também com exportações. Nós importamos matérias-primas. Além disso, há quatro anos, temos fábrica também no Paraguai, onde produzimos lençóis e capas de edredons.

Continua depois da publicidade

Veja na galeria mais imagens da Altenburg: