A retomada do crescimento econômico durante a pandemia no Brasil e no mundo gera gargalos de oferta de produtos e pressiona a inflação. Entre os produtos com oferta insuficiente que estão com preços em alta estão as commodities minerais e agrícolas. Entre os maiores reajustes, que estão causando apreensão, estão os que envolvem commodities metálicas, em especial de minério de ferro, com altas acima de 100% em curto período.

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Uma indústria catarinense que usa aço para alguns componentes dos produtos que fabrica enfrentou alta acumulada no preço desse insumo em quase 142% no período entre janeiro de 2020 e maio deste ano. Outra indústria que usa essa mesma matéria-prima teve reajuste de 60% de dezembro até maio e o fornecedor informou que precisa aumentar mais 25% ainda este ano. As empresas tentam negociar preços menores com fornecedores, mas está difícil.

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Levantamento do Projetos da Construção do Ibre/FGV para o Sinduscon de São Paulo apurou que no acumulado de 12 meses até abril, o preço de vergalhões e arames de aço carbono subiram 68,85%, de tubos e conexões de ferro e aço 69,71% e esquadrias de alumínio 32,58%.

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Esses custos não afetam apenas a cadeia produtiva da construção, mas as indústrias de máquinas e outras que usam metais como insumos. Essa inflação afeta primeiro a produção e, depois, o consumidor.

A meta de inflação no Brasil para este ano é 3,75%, com variação de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, mas o mercado já prevê inflação superior a 4%. A média estimada pelos analistas ouvidos para o boletim Focus, do Banco Central, esta semana, é de IPCA de 5,24% este ano, maior que a projeção da semana anterior, de 5,15%. Essa alta inflacionária desequilibra os orçamentos de empresas e famílias, especialmente as que sofrem com a pandemia. O cenário continua sendo de preços em alta.