Dentro do crescimento nominal de 6,1% das vendas do setor atacadista e distribuidor no país em maio, uma parte veio do consumo solidário, ou seja, de pessoas e empresas de outros estados que compraram para ajudar os gaúchos, informou Domenico Tremarolli, diretor da empresa de pesquisas NielsonIQ. Mas o presidente da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad), Leonardo Miguel Severini, alertou que o Rio Grande do Sul precisa de ajuda.
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Nesta segunda-feira, em Atibaia, São Paulo, durante a divulgação do balanço das vendas do setor este ano, apuradas no Termômetro Abad NielsenIQ, pesquisa feita em parceria pelas duas instituições, Tremarolli chamou a atenção para o salto nas vendas de produtos específicos no Brasil para ajuda aos gaúchos. Mas disse que é ainda prematuro fazer análise sobre o impacto da enchente gaúcha na economia do país. A divulgação precedeu o início da convenção nacional do setor atacadista distribuidor na cidade serrana paulista.
– Quando a gente olha para dados do mês de maio, alguns produtos se destacaram mais. Tivemos crescimento muito expressivo na venda de água, óleo, entre outras categorias básicas que ilustram um cenário da solidariedade dos brasileiros ao Rio Grande do Sul – comentou o diretor da NielsenIQ, Domenico Tremarolli.
Mas o presidente da Abad, Leonardo Miguel Severini, disse que o setor está reunindo informações sobre o impacto da tragédia em empresas de atacado e varejo e defendendo mais apoio
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– Eu quero aproveitar e fazer uma divulgação institucional importante aqui, com forma de contribuir para uma melhoria da reconstrução do Rio Grande do Sul. Um dos nossos associados implementou numa das suas empresas, que é de software, um sistema de informações para os atacadistas e varejistas do RS se cadastrarem e dimensionarem o seu problema – afirmou Severini.

Segundo ele, esse sistema foi transformado em aplicativo e foi tão bem-vindo que está sendo divulgado pela Abad e também pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) para chamar a atenção ao problema do Rio Grande do Sul e atrair ajuda. Isso porque os gaúchos precisam de produtos básicos, mas também da reconstrução.
Ajuda maior ao RS
E à noite, também durante a convenção da Abad, em evento de análise política e palestra sobre inteligência artificial, o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) e da União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (Unecs), João Galassi, foi mais enfático na defesa de uma ajuda robusta para recuperação da região gaúcha afetada pela enchente.
– O Rio Grande do Sul teve o dobro de território impactado em relação ao do Katrina (tragédia do furacão nos EUA em 2005). A recuperação do Katrina demorou uma década e foi necessário investimento de US$ 125 bilhões. Então, para o RS, seriam necessários R$ 600 bilhões em uma década – comparou Galassi.
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Ele destacou o impacto econômico da enchente gaúcha na arrecadação do Estado, que implicou em perda de 25% da arrecadação. O empresário fez outra comparação, com a recuperação da Alemanha Oriental após a unificação, para a qual foi criado um imposto que arrecadou 325 bilhões de euros.
Para o presidente da Abras e da Unecs, é preciso atenção com a situação do Rio Grande do Sul, em especial aos investimentos para recuperação. Se não, a crise causada pode impactar a economia brasileira no longo prazo, alertou ele.
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