A preferência do consumidor catarinense por um tipo de salame mais macio levou a Cooperativa de Produção e Consumo Saborense, que reúne 64 médias e pequenas agroindústrias de SC, a iniciar movimento para obter Identificação Geográfica (IG) para salame colonial. O objetivo é conseguir vender como salame um produto com um percentual maior de umidade.

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Atualmente, se o produto não fica dentro do padrão exigido pelo Ministério de Agricultura, não pode ser apresentado como salame, explica o presidente da Cooperativa Saborense, Wolmir de Souza. Mas na avaliação dos produtores, esse é um salame típico de SC. Por isso foi iniciado esse movimento pela IG, coordenado pelo engenheiro-agrônomo Gilmar da Rosa.

– O regulamento do Mapa (Ministério da Agricultura) determina que para ser salame no Brasil deve ter no máximo 40% de umidade. Mas o nosso consumidor do Oeste de Santa Catarina prefere um produto com identidade própria da região, que é um salame que tem processo italiano de moagem de carne, processo alemão de defumação e uma umidade de linguiça, maior do que essa exigência do Mapa – explica Gilmar da Rosa.

Hoje, as agroindústrias que fazem esses itens coloniais têm que apresentá-los ao mercado como embutido de carne ou como linguiça. Segundo ele, o objetivo é buscar esse reconhecimento junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).

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– Estamos lutando na legislação para ter um produto específico nosso, que não seja linguiça, nem o salame tipo europeu, mais seco. Queremos fazer um produto colonial do Oeste de Santa Catarina, que tenha mais que 40% de umidade. Hoje, a dona de casa compra o produto e leva para casa para fazer a maturação e depois consumir. Queremos entregar a ela o produto pronto para fazer os pratos que ela gosta – destaca Gilmar Rosa.

Para viabilizar esse reconhecimento, a Cooperativa Saborense está buscando apoio do governo de Santa Catarina por meio da Cidasc e da Epagri, do Sebrae-SC e da Embrapa Suínos e Aves, sediada em Concórdia.

O empresário Mauri Helbing, sócio do Frigorífico Helbing, de Ipumirim, Oeste do Estado diz que esse reconhecimento geográfico será importante para manter a identidade dos produtos que são fabricados e consumidos com essas características há décadas. O Helbing, que oferece 30 empregos entre diretos e indiretos, é um dos produtores desses embutidos.  

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