De volta ao trono de maior empresa da América Latina em valor de mercado – mais de US$ 100 bilhões – a mineradora Vale realizou longa assembleia para eleger o conselho de administração, que começou sexta e se encerrou na noite desta segunda-feira. A surpresa foi a eleição de quatro conselheiros independentes, representantes de minoritários, indicados pelo Geração L Par, do bilionário Lirio Parisotto. Um desses conselheiros é o advogado catarinense Marcelo Gasparino, que foi reeleito. Os outros três desse grupo eleitos para o colegiado são o ex-presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco; o conselheiro da Klabin Mauro Cunha; e Rachel Maia, também conselheira do Grupo Soma, que acaba de comprar a Cia. Hering.

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Essa foi a primeira eleição da companhia com voto múltiplo pelo fato de as ações estarem pulverizadas no mercado, o que a inclui no grupo das corporações sem grandes acionistas. Das 12 cadeiras do conselho, quatro ficaram com o grupo dissidente. O plano da companhia era diversificar mais o conselho e incluir mais mulheres. Quatro disputaram o pleito, mas somente Rachel Maia foi eleita. Gasparino disse que a eleição dos quatro aconteceu em função do apoio de muitos acionistas, entre os quais o fundo americano Capital Group, que detém a maior participação acionária na companhia, 17%, e do investidor Juca Abdalla. 

Marcelo Gasparino tem se destacado como conselheiro de administração profissional na última década, no Brasil. Atualmente, além da Vale, é presidente do conselho da Eternit, e conselheiro da Petrobras e Cemig. Na Petrobras, pediu afastamento temporário há duas semanas por uma discordância na forma de eleição do conselho, mas disse que voltará em breve, quando for feita nova eleição.

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Graduado em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com especialização em administração tributária empresarial pela Esag-Udesc, Marcelo Gasparino da Silva começou a carreira com advogado tributarista. Em 2011 assumiu pela primeira vez uma cadeira em conselho de administração empresarial. Ele substituiu Lirio Parisotto no conselho da Celesc, companhia de energia de SC da qual o controlador do fundo Geração L Par é o maior acionista individual.

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Depois, vieram outros conselhos e ele se firmou como representante de acionistas, graças à dedicação para acompanhar devidamente balanços e setores. A carreira de conselheiro também ganha pontos pelos relacionamentos. Gasparino faz questão de conversar muito com acionistas e aumentou a interlocução com estrangeiros. Todos os anos, ele visita líderes de alguns dos maiores fundos do mundo. Vai a Nova York na sede do BlackRock, e em Londres, onde fica o braço de investimentos em mineração do americano Capital Group.