Passados dois anos da pandemia, a Teltec Solutions, de Florianópolis, empresa integradora de soluções de tecnologia de informação e comunicação, com atuação nacional, vive uma realidade em sintonia com os avanços dos serviços que presta, que é tendência mundial. Conta com 90% da equipe ainda em home office e o CEO da empresa, Diego Brites Ramos, diz que não espera mais ter 100% de trabalho presencial e, por enquanto, o colaborador escolhe se quer retornar.
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Especializada na instalação de tecnologias para cloud (nuvem) e cyber segurança, a Teltec viu seus negócios acelerarem na pandemia para viabilizar que empresas de diversos setores pudessem ter a maior parte das suas equipes trabalhando de casa. Em 2020, cresceu 88% em faturamento e no ano passado avançou 29%.
Para este ano, uma das prioridades é a expansão nacional com abertura de três novos escritórios, no Paraná, Minas Gerais e Pernambuco. Entre os desafios, segue o de colaborar com as empresas na área de cyber segurança, diante de tantos ataques hackers em diversos setores. A empresa fornece tecnologia de grandes players mundiais, soma mais de 300 certificações de qualidade e conta com equipe motivada. Foi a 14ª colocada no Brasil entre as médias empresas melhores para trabalhar em 2021.
Segundo Diego Ramos, a área ESG também recebe maior atenção. Um dos projetos em andamento é o Primavera Smart Space, em parceria com a Cisco e a Associação Catarinense de Tecnologia (Acate), que vai instalar um laboratório de smart cities no Passeio Primavera, em Florianópolis. Saiba mais na entrevista de Diego Ramos, a seguir.
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Como foi 2021 para Teltec e que soluções de tecnologia o mercado está buscando mais?
O ano de 2021 foi muito especial para a Teltec. Na verdade, desde 2020, com o advento da pandemia, não é novidade para ninguém que grande parte das empresas aceleraram seus projetos de transformação digital, e é isso que a Teltec faz na prática, ajudamos nossos clientes na jornada de transformação digital de seus negócios. O que mais tem puxado o crescimento da empresa tem sido o que a gente chama de serviços gerenciados, especialmente em cloud (nuvem) e em cyber segurança.
Neste processo de transformação digital das empresas, muitas iniciaram ou reforçaram suas estratégias para cloud dentro deste ambiente de trabalho híbrido, com uma grande preocupação com segurança, porque as nossas casas, e as casas de nossos colaboradores, viraram as filiais das empresas. Naturalmente, isso faz com que novas brechas de segurança surjam, e a gente viu também, nesses últimos dois anos, um aumento expressivo dos ataques cibernéticos. Então, foram dois anos bem especiais e puxados por toda a nossa gama de serviços, que envolve um cloud e segurança. A gente cresceu 29% em 2021.
Como o uso da tecnologia em nuvem está avançando?
O que acontece é que as novas empresas, que a gente chama neste mundo digital de empresas digitais, já nascem na nuvem (cloud, em inglês). Hoje, quando você vai pedir uma comida no iFood, todo o sistema deles já é em nuvem, quando a gente vai pedir um Uber, já é em nuvem.
Cada vez mais, as empresas mais tradicionais buscam otimizar suas operações, os seus data centers (centros de armazenamento de dados) como uma forma de reduzir custos, porque você sai de um investimento na montagem de um data center, que lá na frente pode até ficar subutilizado, ou até superdimensionado. Geralmente, você tem perda de dinheiro neste processo. Na nuvem, não.
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Na nuvem você tem essa flexibilidade de contratar sobre demanda. Naturalmente, essa flexibilidade ajuda também não só na redução do custo, mas, também, numa dinâmica maior para empresa, que acaba impulsionando a própria inovação.
Então, por que a nuvem acabou sendo um dos principais investimentos das empresas? Porque pensa nesta flexibilidade de trabalho híbrido dos colaboradores em suas casas. Hoje, eu não faço ideia de onde 90% dos meus colaboradores estão trabalhando. Eles podem estar dentro da casa deles, dentro de um coworking, dentro de uma lanchonete. Para isso ser possível, é preciso que as empresas tenham uma estrutura de acesso cada vez mais flexível e segura.
A Teltec ainda está com a maioria da equipe em home office?
Sim, hoje cerca de 90% estão em home office. Temos percebido um aumento do interesse dos colaboradores em voltar para os escritórios, e a Teltec se preparou para isso. Na verdade, a gente não perdeu nem um metro quadrado nesta pandemia em termos físicos, até indo na contramão de muitas empresas. A gente investiu em mais metros quadrados, reformou os nossos ambientes para que quando nossos colaboradores quisessem voltar, tivessem o ambiente mais agradável possível.
A escolha para ter espaço no Primavera Office, vem ao encontro desse objetivo, porque os colaboradores estão buscando trabalhar em espaços cada vez mais inspiradores. Acreditamos que aos poucos eles vão voltar, mas a gente está sendo bem flexível, até porque, nesta briga de talentos, o primeiro fator de diferenciação das empresas junto aos colaboradores é a questão das compensações financeiras, e em segundo está sendo muito valorizada esta questão da flexibilidade.
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A empresa está deixando livre para as pessoas voltarem ao escritório quando quiserem?
Até segunda ordem, sim. A gente está indo com muita calma, até porque estamos saindo da pandemia neste momento. Então, estamos deixando de fato bastante livre para os nossos colaboradores, estamos incentivando nossos líderes e nosso time de liderança da empresa para que promovam encontros. Então, está sendo um ambiente de trabalho onde as pessoas que querem, como eu, vêm, e também um grande ambiente de encontros. Nós acreditamos que, aos poucos, as pessoas irão querer, duas ou três vezes por semana, estar no ambiente de trabalho, porque isso é muito importante para nossa cultura.
A gente acredita muito que para esta cultura de colaboração que a Teltec tem muito forte é primordial que exista esse contato físico. Nada substitui o contato humano, nada substitui o contato físico. Mas a gente está indo passo a passo nesse processo. Acho que vai ser um retorno parcial. Acredito que 100% de trabalho presencial não vai existir mais, no caso. Parcial será o caminho.
Quantos colaboradores tem a empresa e qual é a expectativa de mais contratações?
Hoje, nós estamos com 170 colaboradores. A gente espera chegar até o final do ano com algo em torno de 220. São 51 novas contratações previstas, mas pode ser que aumente.
Um serviço que registrou alta procura desde o início da pandemia é a cyber segurança. Como são as soluções para essa área?
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Segurança é todo um processo, é toda uma jornada. O investimento tem que ser contínuo porque, do outro lado, do lado dos hackers, eles também estão investindo de forma contínua. A Teltec oferece uma gama de serviços, incluindo consultorias. Uma delas é na área de LGPD em parcerias com escritórios de advocacia. Os escritórios entram mais com as leis, e a gente entra mais com os processos, com a estruturação dos processos, e com a implementação da tecnologia. A Teltec consegue ter essa visão mais holística da segurança que a gente chama física, tanto da segurança de dados de um data center privado da empresa, quanto de dados na nuvem, porque os ataques ocorrem de todos os lados.
E também para aqueles clientes que possuem bastante, vamos dizer, varejo. Eu citei o iFood e outras empresas que trabalham com aplicativos, também a segurança em aplicativos, porque hoje você tem várias brechas. Eu citei a questão da segurança nas filiais nas nossas casas. A gente está com uma rede em nossas casas, que tá competindo lá com o meu filho, que está jogando on-line, tudo numa mesma rede. Essa é uma preocupação bastante grande, é uma visão 360 graus que tem que ter, da rede, da empresa. As empresas estão cada vez mais digitais e a segurança tem que ser uma preocupação.
Os ataques hackers aumentaram…
Tanto que a gente vê pesquisas do World Economic Forum que coloca a cyber segurança como uma prioridade que o mundo deve ter. A gente vê vários casos, os Estados Unidos com uma preocupação grande e fazendo investimentos, o próprio governo (brasileiro) precisa investir bastante em segurança cibernética porque é um grande alvo.
Vimos aí, recentemente, o Conecte SUS, que estava funcionando tão bem. Depois do ataque de hackers, muitos já não conseguiram apresentar o passaporte do comprovante de reforço da vacina porque o site ficou fora do ar um tempão. Tivemos outros tipos de invasões, como a do Tribunal Federal e tudo mais. Isso é uma preocupação constante.
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A Teltec consegue trabalhar, principalmente, nesta parte de estruturação de processos e a tecnologia em si e, depois, o acompanhamento. A gente fala de gerenciamento porque não adianta fazer um investimento agora, virar as costas e achar que tudo está resolvido. Tem que fazer o acompanhamento contínuo. Sobre a demora para recolocar um serviço no ar é uma questão mais técnica.
O fato é que se trabalha com um volume de dados enorme. Imagina a quantidade de dados que não deve ter um Conecte SUS. Conseguir identificar e depois restabelecer a operação em si é um processo que leva bastante tempo se você não tiver muito organizado. Por isso a importância de processos, que todo esse investimento seja feito também em processos e tecnologia.
A empresa está com um programa de expansão no Brasil. Quantas filiais serão abertas?
A Teltec tem a matriz em Florianópolis e unidades bem consolidados em Brasília e em São Paulo. Agora, a gente quer expandir. Nós já temos colaboradores em diversas cidades, mas aos poucos queremos montar mais estruturas e ir investindo. A gente conseguiu nos últimos dois anos crescer bastante no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, investindo em pessoas in loco. Agora, a gente quer expandir para outras regiões. Paraná, Minas Gerais e Pernambuco são as próximas expansões da Teltec.
Como serão as estruturas dessas filiais?
Não precisa ser uma estrutura grande, até porque todo nosso time que a gente chama de centro de serviços compartilhados, antes da pandemia ficava em Florianópolis. Agora, fica em qualquer lugar. Tem profissionais técnicos que realmente não precisam ir até o cliente. Eles fazem grandes desenvolvimentos, eles podem estar lá na Europa que eles não precisam sair da casa deles.
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Então essa questão de que, às vezes, o cliente até queria ver o técnico meio que caiu por terra porque ele viu que as coisas poderiam ser feitas a distância. Então, esses escritórios serão mais uma presença comercial do que técnica. Nesses espaços também a gente sempre procura se conectar com o ecossistema. Em São Paulo, por exemplo, a gente está no mesmo centro tecnológico onde está a sede da paulista da Acate, o CO.W Coworking Space. São espaços que fazem a gente pensar diferente. A ideia é que a nossa expansão no Brasil também seja feita nesses ambientes.
Vocês investiram em nova unidade em Florianópolis, o Hub Digital, no Primavera Office. Os objetivos estão sendo atingidos?
Os objetivos estão sendo atingidos sim. Florianópolis continua sendo uma grande referência quando se fala em inovação, como um polo de inovação. Isso facilita pelo fato de nós estarmos aqui neste ambiente. Os clientes, eles buscam isso, eles querem respirar um pouco esse ecossistema, se conectar com startups.
Tanto é que a empresa faz parte também aqui na Acate do programa LinkLab, de inovação aberta, que se conecta com as startups. Nesse hub, além de promover todas as conexões, a gente consegue demonstrar grande parte das nossas tecnologias. Recentemente, recebemos um grupo de professores e mostramos uma das tecnologias que oferecermos da Cisco, que é uma borda como um grande iPad. O professor dá aula e compartilha com os alunos.
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O que a Teltec busca no LinkLab?
No LinkLab eu até participo bastante aqui como Acate. Sou fã desse projeto, eu acho que ele traz uma sinergia muito boa entre startups e grandes empresas. As startups têm a vantagem de conhecer todas essas novas tecnologias, tecnologias digitais, elas têm essa mentalidade de assumir mais riscos, uma agilidade maior na tomada de decisões, o que é muito importante neste mundo cada vez mais dinâmico. Mas, por outro lado, elas não têm nome, elas não têm crédito no mercado.
Então, o que acontece: uma grande empresa dificilmente vai contratar uma startup. Isso está mudando um pouco, mas o normal é que não contrate. Ela fica preocupada com a continuidade. Mas existe uma sinergia muito bacana porque um precisa do outro. É isso que a gente busca no LinkLab. Procuramos conectar os principais executivos da Teltec junto às startup para poder beber desta fonte.
É uma área também de acesso de talentos, porque vários jovens talentosos circulam aqui por esse ambiente. A Teltec consegue criar novos produtos através da parceria com essas startups. A inovação sempre existiu, mas agora ela ocorre em uma velocidade cada vez maior, as empresas não conseguem fazer isso sozinhas, por isso essas grandes e médias empresas estão buscando parcerias com as startups.
Empresas falam sobre como usar metaverso nos negócios
Vocês instalam tecnologias de grandes players mundiais. Quais são os principais parceiros?
A Cisco e a Microsoft são os dois grandes e principais parceiros. Além deles, tem a AWS, que é a parte de nuvem da Amazon. Também temos outros parceiros, principalmente na área de segurança, como a gente falou no início da conversa, ela é extremamente complexa, você não tem uma solução única, então a gente tem pelo menos mais três parceiros nessa área, aí eu posso citar a F5, a Tenable e a Paloalto, três empresas americanas.
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O que a empresa está fazendo na área de ESG?
A gente tem um mote este ano que é ‘Inspire change’. O que a gente quer é promover cada vez mais nos nossos colaboradores esse senso de pertencimento. A gente fala aqui que eles estão fazendo parte de algo muito maior do que cada um de nós. Então, a nossa preocupação aqui não é só com a Teltec, com os sócios, os acionistas da empresa, mas também com tudo o que a gente pode reverberar de coisas positivas para toda a sociedade.
Então, para essas letrinhas bonitas que tanto se fala, ESG, a gente criou aqui uma agenda Teltec 2030, nossa própria agenda com estratégias e ações sustentáveis. A gente tem três pilares aqui na empresa: colaborativo, sustentável e humano. Isso a gente busca colocar em prática todos os dias com diversas ações, tanto sociais, quanto ambientais. Na área ambiental, por exemplo, esse prédio onde estamos aqui, o Primavera Office, foi o primeiro de Florianópolis a receber a certificação Leed Platinum com funções sustentáveis. Isso é muito importante para a gente. Esse foi um dos fatores que fizeram a gente vir para cá.
Temos outras ações. Na área social, a gente tem ajudado o Instituto Wilson Groh na construção do Centro de Inovação Social. A Teltec também, no Ecossistema da Acate, ajuda no fundo garantidor de crédito para startups. É esse tipo de colaborador que a gente quer atrair para dentro da empresa, que pensa de forma coletiva, no todo.
Como está o projeto Primavera Smart Space?
É um projeto que estamos desenvolvendo com a Cisco e com a Acate para transformar o Primavera numa espécie de laboratório de inovação urbana, uma cidade inteligente. A gente vai colocar uma camada de tecnologia, de dados para transformar esse ambiente numa experiência ainda melhor. Esse é um grande projeto, uma entrega social da nossa empresa porque a gente vai ajudar a fomentar todo o ecossistema de startups voltadas para cidades inteligentes. Vai ser um projeto único. Estamos apenas aguardando a instalação de algumas tecnologias e o pessoal da Cisco poder viajar. Acreditamos que será em breve.
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