A última proposta de acordo divulgada nesta segunda-feira entre a brasileira Embraer, líder em aviões comerciais regionais, e a americana Boeing, a maior do mundo na produção de grandes aeronaves, um negócio de US$ 4,2 bilhões, gera apreensão nos diversos públicos envolvidos no Brasil, desde os engenheiros que trabalham ou sonham em atuar na empresa, até os fornecedores e pesquisadores.
Continua depois da publicidade
Estimativas de custos de separação são conservadoras, diz Embraer
O presidente eleito Jair Bolsonaro defende a parceria. A razão é clara: a situação do mercado indica que essa é a melhor alternativa diante do acordo já firmado entre as concorrentes Airbus e Bombardier. O acordo prevê uma nova sociedade 80% da Boeing e 20% da Embraer para aviões comerciais e a continuidade, pela Embraer, da produção de aviões executivos e de defesa.
Em Santa Catarina há uma parceria de pesquisa e desenvolvimento da Embraer com a Fundação Certi há quatro anos na área de tecnologia para sistemas embarcados. Um Centro de Engenharia e Tecnologia da empresa foi inaugurado em agosto do ano passado no Parque Tecnológico Alfa, em Florianópolis.
Mourão propõe aval conjunto de Temer e Bolsonaro a acordo de Embraer e Boeing
Continua depois da publicidade
Na entrega do Prêmio Certi sexta-feira, a Embraer foi homenageada. Questionado sobre o acordo com a americana, o vice-presidente de Programas de Defesa e Segurança da companhia, Humberto Pereira, disse que não poderia falar sobre o assunto.
Sobre os resultados das pesquisas, ele disse que foram satisfatórios e a fase de testes embarcados será desenvolvida nos próximos dois anos. Só depois, se homologados, os novos sistemas poderão ser utilizados em aeronaves. A expectativa é de que essa parceria em pesquisa tenha continuidade.