A reunião no final da tarde de segunda-feira (22) da Confederação Nacional de Transporte Autônomo (CNTA) com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, que resultou em acordo sobre a variação da tabela de frete com base nas oscilações do preço do diesel, levou a categoria a desistir do plano de greve a partir do dia 29 de abril, próxima segunda-feira. A decisão traz alívio para a economia do país. Afinal, o setor produtivo e o mercado estavam muito apreensivos temendo novos prejuízos com eventual paralisação após os estragos da greve da categoria do ano passado, de 21 a 31 de maio, que derrubou o PIB.

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Em Santa Catarina, a decisão tranquiliza especialmente o agronegócio que está conseguindo retomar, aos poucos, resultados melhores com o aumento das exportações de carnes, após os prejuízos do ano passado.

O acordo acertado é coerente porque tem sintonia com o mercado. Se a Petrobras aumenta os preços dos combustíveis conforme as variações internacionais, é lógico que o preço do frete também pode acompanhar as variações do diesel no mercado interno.

É claro que as dificuldades da categoria continuam porque a economia brasileira segue um tanto estagnada, o que gera pressão das empresas para não pagar mais. Mas como há exigência de cumprimento da tabela, a vida dos transportadores fica mais fácil. 

O presidente da Federação das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de SC (Fetrancesc), Ari Rabaiolli, afirma que os problemas do setor não se restringem ao preço do frete, embora esse seja o principal. Ele cita a péssima qualidade da maioria das rodovias, falta de infraestrutura para os caminhoneiros descansarem ao longo das viagens conforme exige a legislação brasileira (que precisa de novos ajustes) e os engarrafamentos urbanos que implicam em muitas horas paradas. Segundo ele, um dos maiores problemas do setor será a falta de motoristas. Isto porque os filhos dos caminhoneiros estão optando por outras carreiras.   

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