“A receptividade foi excelente”, diz executivo sobre e-commerce de produtos para fixação

Líder latino-americana na produção de elementos de fixação, a Ciser, de Joinville, em função da pandemia, abriu o primeiro e-commerce do país para venda de itens como parafusos e porcas para empresas. O resultado da plataforma surpreendeu, com aumento de tráfego de 60% no site da companhia, informa o gerente geral de Vendas e Marketing, Renato Fiore. 

A Ciser é uma das empresas que tem inovado constantemente visando produtos diferenciados com uso de nanotecnologia e soluções para a indústria 4.0, entre outras. Fornece fixadores para setores como automotivo, construção civil, agronegócio, energia solar, petróleo e gás, moveleiro, linha branca e eletrônicos. Tem portfólio de 27 mil itens, equipe de 1.500 pessoas nas unidades de Araquari (SC) e Sarzedo (MG) e exporta para mais de 20 países. Saiba mais sobre estratégias de inovação da Ciser na entrevista de Renato Fiore, a seguir.

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A empresa acaba de lançar a Loja Ciser, primeiro e-commerce de fixadores do Brasil. Qual é o foco e como está sendo esse começo de atividade?

O projeto da Loja Ciser faz parte de todo um conjunto de ações que vêm se intensificando na linha da inovação tecnológica. Nesse contexto, entendemos como fundamental oferecer, também, um canal digital para compras online, de forma pioneira. Desde o final do ano passado, a empresa vinha trabalhando nesse planejamento, em busca do melhor sistema e da tecnologia mais assertiva para atender às demandas do mercado. Nossa previsão era lançar a Loja Ciser em dezembro próximo. Mas, nos últimos meses, com a intensificação do comércio eletrônico, motivada pela pandemia, observamos uma mudança considerável no comportamento dos clientes. Com isso, decidimos acelerar o processo e antecipar a estreia do canal. 

A ferramenta, inédita, foi desenvolvida para atender aos clientes de todo o Brasil. Está nos planos, também, ampliar o escopo da loja e alcançar o mercado internacional. Em síntese, o objetivo é facilitar a vida dos clientes, simplificando processos e reduzindo o tempo de cotação e compra. Avaliamos que a receptividade foi excelente, o que se comprova com a significativa procura pelo canal já no primeiro mês de funcionamento: a plataforma aumentou o tráfego no site da empresa em mais de 60% e cerca de 500 solicitações de cadastro foram realizadas após o lançamento.

Nos últimos anos, a Ciser tem investido mais em inovação e lançado produtos diferenciados. O que tem priorizado?

Conceito mandatório para a competitividade de toda e qualquer empresa, inovação é um dos pilares do nosso planejamento estratégico, o que gera desdobramentos em todos os níveis da organização. Entre outros aspectos, é o princípio que nos permite agregar valor aos produtos perante o mercado, reforçando nossa posição de liderança. Não por acaso, a Ciser tem conquistado excelentes posições, ao lado de grandes empresas, em prêmios de inovação no âmbito regional e nacional. 

A prioridade, naturalmente, é o desenvolvimento de produtos diferenciados, com forte viés tecnológico, como foi o caso da linha que adotou a chamada nanotecnologia, que chamamos de Nanotec, lançada em 2016. 

A resistência à corrosão pode ser até 20 vezes superior, em comparação com itens semelhantes. Mas inovação atravessa todos os aspectos da empresa, até mesmo em departamentos administrativos, por exemplo. Nesse contexto é que chegamos à Loja Ciser.

A empresa participa do Programa Nacional Conexão Startup Indústria. Que parcerias já firmou por meio dele?

Nossa adesão faz parte do programa que denominamos Ciser+ Inovação, lançado em 2019, e que logo tomou conta da empresa, gerando todo um movimento de interação com aceleradoras, órgãos de fomento e universidades, como também com outras empresas afins, na perspectiva de compartilhar desafios. Foi um passo – ou muitos passos – além do que já vínhamos realizando com o Prêmio Ciser de Inovação Tecnológica, outra iniciativa pioneira da companhia nesse campo, que tinha em vista o estímulo à inovação no meio acadêmico. A partir do engajamento ao Programa Startup Indústria – ligado à Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), do Ministério da Economia –, queremos alavancar soluções e experimentar tecnologias e processos.

Ao mesmo tempo, nosso propósito é sensibilizar e capacitar empreendedores, mirando no aperfeiçoamento do ecossistema da inovação, que traz ganhos significativos para o país. Usando o edital do Programa Startup Indústria, da ABDI, nos conectamos com duas startups: uma na área de logística e uma plataforma de gestão de lubrificação e manutenção preditiva.

Ambas venceram uma jornada do edital e foram aprovadas para a segunda fase, em que recebem investimento de até R$ 200 mil. Uma delas atua com biorremediação de rejeitos industriais, por meio da aplicação de bactérias, possibilitando a reutilização da água no sistema produtivo. Com isso, gera economia e segurança ambiental. A outra se trata de uma startup de tecnologia que entrou para acelerar a jornada da Ciser rumo à Indústria 4.0 por meio de sensoriamento, o que possibilitou o monitoramento de uma máquina laminadora de parafusos, permitindo, assim, a comunicação em tempo real com o equipamento.

O que a empresa está fazendo no âmbito da indústria 4.0?

Uma ação recente, neste contexto, foi a implementação da tecnologia MES (Manufacturing Execution System), ainda como projeto piloto. O objetivo final é digitalizar os processos e aumentar a eficiência da gestão. A tecnologia vai abranger um número significativo de equipamentos e, entre suas vantagens, destacam-se o fornecimento de informações de caráter produtivo em tempo real, originando uma fonte única de dados (Big Data), proporcionando maior confiabilidade e rastreabilidade mediante a eliminação da coleta manual de dados.

Como foi o impacto da pandemia nas atividades da Ciser? O pior já passou?

Desde o princípio da pandemia, em março, atuamos de forma ágil e assertiva para preservar a saúde e a segurança de nossos colaboradores, clientes, parceiros e da sociedade de forma geral, com medidas para o enfrentamento da situação, interna e externamente. 

Atendemos rigorosamente as prescrições das autoridades sanitárias, e em muitos aspectos fomos além do que era determinado, entendendo a gravidade do momento. Tivemos, com isso, que readequar a produção, em alguns momentos, mas não houve qualquer tipo de impacto no fornecimento. Acreditamos que o período mais grave da pandemia está sendo superado.