Na última edição impressa de AN, a coluna lembrou que o jogo deste domingo, contra o Tubarão, era fundamental em termos de confiança para o Joinville. Terminar vencendo, na terceira colocação e com a vaga na Copa do Brasil elevaria a autoestima da torcida às vésperas do Brasileiro da Série C, algo como aconteceu em 2011, quando o Tricolor entrou na C após massacrar o Brusque nas finais da Copa Santa Catarina.
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No entanto, nada disso aconteceu no Sul do Estado. Pior: o JEC acabou goleado, caiu duas posições na tabela e fez uma péssima exibição. Não é preciso ser um grande entendedor de futebol para notar por onde começaram os gols do Tubarão neste domingo: lado esquerdo da defesa tricolor. Com um pouco mais de memória, é possível lembrar que, em 2017, o Joinville sofreu três gols do Tubarão, na Arena, também pelo lado esquerdo.
Curiosamente, o técnico do Tubarão nas duas ocasiões é o mesmo: Waguinho Dias. O lateral do Joinville também: Alex Ruan. Waguinho sabe que Alex é muito ofensivo, marca pouco e chegou até ser utilizado como ponta justamente por esta deficiência defensiva.
Neste domingo, ele falha em dois dos três gols — no primeiro, do pênalti, toma um drible inaceitável. No terceiro, está posicionado no lado direito (estranhamente, afinal, ele é lateral-esquerdo, não?). Quem cobria aquele setor era Breno, que entrou para jogar pela direita. Ou seja, uma bagunça total.
Quem poderia cobrir as jogadas pelo lado esquerdo da defesa do Joinville também não funcionou. Michel Schmöller e Kadu não conseguem acompanhar a jogada construída no segundo gol — são volantes lentos.
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Em resumo, o Tubarão deu uma lição muito boa que, se alguém jogar explorando este lado da defesa do Joinville, pode se dar bem. Aliás, na verdade, a lateral direita também apresentava problemas sérios. O setor ficou um pouco mais protegido quando um zagueiro passou a atuar ali – Alisson.
Ações efetivas
A nova diretoria do JEC, que assume oficialmente o cargo nesta sexta-feira, terá de trabalhar muito bem nas contratações para a Série C. Emerson (zagueiro), Pierre (volante) e Jean Lucas (meia que estava no Inter de Lages) são os primeiros nomes. Outros serão necessários — um lateral-direito, um esquerdo, um meia e um novo atacante. E o fundamental: quem vem, precisa jogar. Hoje, o Joinville precisa de jogadores que resolvam as carências da equipe.
A lenda
A classificação do Tubarão na terceira colocação do Campeonato Catarinense quebra, mais uma vez, aquele velha lenda, muito conveniente, da falta de recursos. Rogério Zimmermann e Carlos Kila repetiram a exaustão: temos poucos recursos, logo o time será mais frágil. Será que o Tubarão tem mais recursos do que o JEC? O Brusque, quarto colocado de 2017, tinha mais recursos do que o JEC?
É preciso ficar atento às justificativas. Ontem, na entrevista coletiva, Matheus Costa também discursou nesta linha. Não é o caminho. Os resultados de rivais com menos condições provam isso.
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Alerta 1
Hoje, o setor que merece a maior atenção do departamento de futebol do Joinville é a defesa. A equipe sofreu gols em 15 dos 20 jogos disputados — passou em branco em apenas cinco ocasiões, duas até bem recentes (1 a 0 sobre o Figueirense e 1 a 0 sobre o Concórdia). Se não tiver um sistema mais sólido na Série C, a equipe correrá sério risco. Nesta temporada, em 23 partidas, o JEC sofreu 23 gols.
Alerta 2
Mais uma vez, o Joinville saiu atrás no placar e acabou derrotado. Foi a sétima ocasião nesta temporada. Aconteceu o mesmo diante de Avaí (na Arena), Chapecoense (duas vezes), Criciúma (duas vezes), Figueirense (na Capital) e Tubarão (no Domingos Gonzales). Esta equipe precisa saber reagir.