Na semana passada, a coluna alertava que o Joinville precisaria de uma revolução para buscar um bom resultado em Ponta Grossa (PR). Pelo que apresentou diante do Tombense e do Bragantino, estava claro que o baixo desempenho não mudaria de uma hora para a outra. A derrota diante do Operário é mais do que normal. Na verdade, ela é previsível.

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O relato de quem esteve em Ponta Grossa (PR) e as entrevistas pós-jogo confirmam um desempenho muito ruim de um time se propôs apenas a defender durante a maior parte dos 90 minutos. A estratégia também não surpreende: na sexta-feira, o técnico Matheus Costa adiantou que jogaria para não sofrer gol. Na pior das hipóteses, traria um ponto.

O risco da estratégia é não oferecer nenhum perigo ao rival e sair derrotado, justamente o que aconteceu com o Joinville. E novamente será necessário mudar muito para voltar a vencer no próximo sábado, diante do Cuiabá.

O problema da derrota deste domingo foi ver os mesmos erros se repetindo: dificuldade na bola aérea, time espaçado no momento ofensivo e gols sofridos em bolas paradas. São muitas coisas para resolver, por isso a palavra revolução é a melhor maneira de expressar o que o Joinville precisa para crescer na competição. O pior é que, hoje, o JEC sofre muitos gols e não balança a rede dos adversários.

Os números ajudam a entender como a equipe está caindo. Nos últimos cinco jogos, perdeu em quatro ocasiões. Neste período, marcou gol em apenas um jogo, justamente o que venceu diante do Ypiranga-RS – no qual, atuou com um homem a mais. Nos outros, sofreu dez gols. Ou seja, a defesa toma muitos gols – média de dois por jogo – e o ataque tem média de 0,20 neste período.

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Queixas

Na entrevista coletiva, o técnico Matheus Costa saiu em defesa do planejamento da comissão técnica. Na semana passada, o JEC jogou em casa no domingo, deu folga aos atletas titulares na segunda-feira, fez um trabalho regenerativo na terça-feira pela manhã e na quarta à tarde realizou um primeiro trabalho técnico/tático em campo. Para Matheus, falta “embasamento científico para quem fez as críticas a respeito deste planejamento”.

A situação não é nova e já aconteceu no ano passado, ao longo da Série C. Ninguém aqui questiona o método, o ponto de análise é o momento do time. Com tantos problemas na equipe, este planejamento da semana cabia para o lanterna da Série C?

O Operário, rival do JEC, estava jogando duas vezes por semana e poupou atletas apenas recentemente. Pela sequência de jogos, estaria mais desgastado e, ainda assim, venceu com autoridade. Além disso, o próprio Matheus Costa já executou planos mais apertados com atletas fracos fisicamente no Estadual – basta olhar como foi a semana pós-jogo do Hercílio Luz. É preciso ter cuidado com as contradições.

Para fechar: nesta semana, na qual jogou fora de casa até praticamente às 19 horas de domingo e teve de percorrer mais de 300 quilômetros até Joinville, o grupo de jogadores fará um regenerativo nesta segunda e o treino técnico na terça.

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Lógico, o próximo jogo é no sábado, mas é a este tipo de movimento que o torcedor está atento. Se o JEC estivesse liderando ou ao menos tivesse vencido o último jogo em casa, ninguém reclamaria do primeiro treino técnico/tático na quarta passada. Por isso, é preciso avaliar com cuidado o momento que o time vive para tomar certas decisões.