Há quase duas semanas, o Barcelona perdeu por 3 a 0 para a Roma. Atuação apática, craques apagados e eliminação precoce nas quartas de final da Liga dos Campeões diante de um time bem abaixo tecnicamente. Este exemplo ajuda a entender um pouco a situação do Joinville.

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Não, aqui ninguém é insano de fazer uma comparação técnica do JEC com o Barça. O ponto de análise é o que se espera dos times: o Barcelona toma 3 a 0 da Roma, mas é possível perceber que aquela derrota/eliminação foi um acaso. A equipe de Messi e cia tem potencial para reagir, será campeã espanhola e buscará outras conquistas – como fez no sábado, na Copa do Rei, ao atropelar o Sevilla por 5 a 0.

No caso do JEC, não é possível concluir que o 3 a 0 diante do Tombense foi um acaso e que nas próximas rodadas haverá reação rumo ao acesso. O que preocupa o torcedor em geral é a falta de confiança nesta equipe. Vale lembrar que antes deste jogo, na última partida fora de casa, o Tricolor já havia tomado 3 a 0 do Tubarão e perdeu a terceira colocação do Campeonato Catarinense.

Afirmar que há erro em todo o trabalho que recém começou ainda é precipitado. Mas os alertas estão aparecendo jogo a jogo. É a segunda vez que o Joinville toma 3 a 0 em 15 dias – e, neste período, teve duas formações de sistemas defensivos.

O placar contra o Tombense é ainda mais grave porque os mineiros não balançavam a rede há três partidas, passaram metade dos jogos da temporada sem marcar e tinham uma média de 0,79 gol por jogo. Se o sistema defensivo do Joinville é frágil diante de um adversário com estes números, algo está errado.

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Pelas recentes quedas, o Joinville é ainda um clube/equipe de autoestima baixa. O Tricolor precisa de uma sequência de bons resultados para empolgar o torcedor, algo que ainda não aconteceu nesta temporada.

Até o momento, o JEC só emendou duas vitórias seguidas quando enfrentou Hercílio Luz/Concórdia (turno do Catarinense) e Figueirense/Concórdia (returno do Estadual). O mesmo aconteceu no ano passado, quando o Joinville não ultrapassou a barreira de duas vitórias seguidas em 51 jogos.

O jogo

Não houve transmissão ao vivo da partida, mas há relatos unânimes de quem acompanhou o jogo de que o Joinville perdeu naturalmente, sem reagir. Nos lances dos gols, erros infantis. No segundo gol, Alisson e Bruno Aguiar perdem disputas individuais pelo alto. No primeiro gol, outro erro em jogada aérea.

O problema é crônico no Joinville: desde o início da temporada, o Tricolor sofre com adversários que exploram a bola aérea. Este tipo de jogada só se corrige com muito treino de posicionamento e, principalmente, concentração no jogo.

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Para a sorte do JEC, não houve nenhum adversário que disparou na classificação do grupo B da Série C. Há um grande equilíbrio dos times nas duas primeiras rodadas da competição. Ou seja, caso o Tricolor vença na próxima rodada, diante do Bragantino, voltará a ocupar a zona de classificação para a próxima fase. Mas é preciso muita serenidade e autocrítica para reconhecer que o time está bem abaixo do que traçou como objetivo neste campeonato.