Terminar o ano rebaixado para a Série D e eliminado na primeira fase da Copa Santa Catarina parece ser o fundo do poço para o JEC. Não é, mas está claro que o clube cava aceleradamente para chegar até lá. E não falta muito.

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Antes de projetar o futuro, no entanto, vamos analisar o atual cenário. Apesar das dificuldades financeiras (que a direção do Joinville tinha consciência e usa como justificativa para trabalhar), o clube decidiu disputar a Copa Santa Catarina.

A ideia era dar rodagem aos atletas da base, oferecer um calendário aos sócios e brigar pela vaga na Copa do Brasil. O Joinville, inclusive, enxergava a competição como oportunidade de ser campeão. O departamento de marketing tentava, paralelamente, reconstruir a imagem do clube (algo complicadíssimo após o rebaixamento)

O problema é que todos os tiros saíram pela culatra. O JEC passou muito longe de ser campeão, num torneio com seis equipes da Série B do Catarinense, um time sub-20 e outro rebaixado na Série A Catarinense (um vexame sem precedentes).

E aí está o grande erro da diretoria: não medir o tamanho do estrago que a Copa Santa Catarina poderia causar. Todo mundo sabia que se o Joinville jogasse o torneio, ele teria a obrigação moral (por história, tradição e representatividade) de ser o campeão. Qualquer outro resultado seria uma tragédia.

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A tragédia teve proporções maiores. Em campo, o JEC ficou atrás de um time sub-20 e de outro (o Hercílio Luz) para o qual apanhou duas vezes, num agregado de 5 a 1.

Para os sócios, não houve satisfação alguma pelos jogos da Copinha. Muitos deles sequer apareceram na Arena – basta olhar a média de público dos jogos do JEC. O pior: agora há mais chance de perder sócios do que antes, se o clube tivesse optado em não jogar o torneio.

Para os atletas da base, não houve valorização alguma. Na verdade, o produto ficou ainda mais desvalorizado.

Financeiramente, o JEC ainda criou uma dívida ao contratar cinco jogadores para a disputa – e terá de arcar com ela até o fim do ano. Alguns deles, como Rodolfo e Nathan, têm contrato até 2019. Ou seja, haverá gasto em atletas que nada renderam.

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Em meio a tudo isso, o Joinville convive com salários atrasados, falta de receitas e uma enxurrada de ações judiciais. Mas isso não é o fundo do poço. Por incrível que pareça, dá para piorar.

Para chegar ao fundo do poço, o Joinville terá de ser rebaixado no Campeonato Catarinense e ficar sem vaga no calendário nacional de 2020. Alguém consegue duvidar que isto é possível?

Na Copinha, o JEC já ficou atrás de Hercílio Luz, Tubarão e Brusque. Fosse no Estadual, não garantiria vaga para a Série D do outro ano. Se ficar atrás também dos quatro grandes (o que é absolutamente normal), já estará lutando para não cair.

Chegou a hora de a atual diretoria repensar todas as suas ações – se for o caso, até avaliar a sua continuidade, afinal, nada dá certo. O Joinville não pode mais errar sob pena de chegar ao fundo do poço. Precisa calcular os riscos em todas as suas decisões – desde uma participação na Copa Santa Catarina, por exemplo.

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Uma boa oportunidade para discutir o futuro é a reunião do conselho deliberativo nesta quinta-feira, na Acij. Ou se debate o futuro ou o clube continuará assim, fadado a humilhação e a degradação total de sua imagem.