O novo técnico do Joinville traz no currículo uma curiosidade: em média, os trabalhos de Wagner Lopes tem durado 18 jogos. Os números levantados pela coluna levam em conta os últimos cinco comandos do treinador no Brasil – ele também dirigiu o Albirex Niigata (Japão) no ano passado. De uma forma geral, Wagner viveu altos e baixos – talvez por suas escolhas.

Continua depois da publicidade

Em 2016, aceitou o desafio de tirar o Sampaio Corrêa da lama na Série B. No entanto, fez 16 partidas e alcançou apenas duas vitórias, além dos seis empates e oito derrotas. Foi demitido, mas o Sampaio caiu para a Série C como último colocado. Ou seja, nem Wagner nem ninguém conseguiu dar jeito no Sampaio.

Um ano antes, no Bragantino, fez 27 jogos. Somou 15 vitórias, dois empates e dez derrotas. A equipe paulista chegou a flertar com o acesso, mas terminou na sexta colocação.

Outro bom exemplo dos altos e baixos vem de suas passagens por Atlético-GO e Paraná. Wagner esteve nos dois clubes em duas oportunidades. Nos dois, foi bem na primeira passagem e razoável na segunda.

No Atlético-GO, em 2014, fez 18 jogos na Série B, com dez vitórias, quatro empates e quatro derrotas. Terminou em sexto e poderia ter subido à Série A se tivesse vencido o Santa Cruz na última rodada. Em 2016, voltou a dirigir a equipe em 18 partidas – nove vitórias, cinco empates e quatro derrotas. No Campeonato Goiano, liderou a chave B, mas caiu nas semifinais diante do Anápolis. Pesou também a eliminação para o Ypiranga-RS, na Copa do Brasil.

Continua depois da publicidade

No Paraná, a trajetória foi semelhante. Em 2017, fez 17 jogos – 12 vitórias, seis empates e três derrotas. Classificou o Tricolor da Vila na primeira colocação do Estadual, mas caiu no mata-mata para o Atlético-PR. Na Copa do Brasil, chegou às oitavas de final. Só saiu do Paraná porque se transferiu para o Albirex Niigata (Japão). Neste ano, no entanto, fez sete partidas – uma vitória, três empates e três derrotas. No Paranaense, o Paraná capengou e na Copa do Brasil classificou de forma suada. O desempenho não agradou e ele acabou demitido.

Opinião

Em entrevista à Rádio Globo Joinville, o repórter Daniel Malucelli, do jornal Gazeta do Povo, falou sobre a passagem de Wagner Lopes pelo Paraná Clube. Segundo ele, havia uma expectativa muito grande em relação ao trabalho do treinador nesta temporada – especialmente pelo fato de o Paraná ter subido para a Série A. No entanto, apesar do pouco tempo (apenas sete jogos) foi um consenso, de acordo com Daniel, de que o trabalho não ia bem e não mudaria até o início do Brasileiro da Série A, situação bem diferente do ano passado, quando ele saiu para trabalhar no Japão.

Avaliação

Causou surpresa a chegada de Wagner Lopes no JEC. O histórico recente mostra como ele é um treinador de fácil circulação no mercado da Série B. Dirigir o Joinville, na Série D, é algo que poucos profissionais com o currículo de Wagner aceitariam. No primeiro momento, o Joinville parece ter feito uma boa escolha. Só que a teoria é sempre bem diferente da prática.

Em razão dos resultados ruins da últimas temporadas, Wagner terá de fazer uma passagem muito consistente para ter vida longa até a Série D. O Catarinense não parece ser um grande problema. Difícil será se os resultados não aparecerem na Copa Santa Catarina. Aí, a pressão de uma torcida insatisfeita poderá prejudicar o andamento do trabalho.

Continua depois da publicidade

Projeto

Wagner Lopes aceitou o Joinville após ter se identificado com o projeto elaborado por Agnello Gonçalves. Nele, há variações no salário de acordo com a competição e bonificações. A ideia do JEC é montar a equipe que disputará a Série D de 2019 a partir de agora, com pequenos ajustes durante do Estadual do próximo ano e na própria Série D. Ou seja, a Copa Santa Catarina não será um laboratório para experiências com jogadores da base.

Depois da confirmação do treinador, o Joinville irá procurar os jogadores. Com a comissão técnica formada, o departamento de futebol agora está completo. Os nomes dos atletas serão discutidos entre Agnello, Wagner Lopes e o comitê de futebol.

A partir daí, virão os reforços. É bem provável que muitos jogadores sejam contratados pelo JEC neste primeiro momento. De acordo com a apuração da coluna, Agnello mapeou vários atletas que sobraram das séries B, C e D. E é com eles que o elenco será formado.