Montar um time para conseguir o acesso na Série D não será missão fácil para o Joinville em 2019. O campeonato tem outras características, muitos mata-matas (três até a definição dos promovidos à Série C), portanto é preciso conhecer bem o torneio, os clubes que subiram e quem eram estes jogadores que alcançaram este feito.

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Uma informação fundamental, por exemplo, é que desde 2016 a quarta fase (terceiro mata-mata, o das quartas de final, que define o acesso), não é regionalizada. Ou seja, clubes de todos os País se enfrentam nesta etapa. E, dos 12 que ascenderam à Série C desde 2016, sete eram nordestinos (CSA-AL, Moto Club-MA, Juazeirense-BA, Globo-RN, Treze-PB, Imperatriz-CE e Ferroviário-CE). Portanto, há um claro sinal de que o futebol nordestino é preparado para este tipo de disputa.

Dos 12, apenas dois foram da região sudeste (São Bento-SP e Volta Redonda-RJ), dois da região Sul (Operário-PR e São José-RS) e um da região Norte (Atlético-AC). Em 2018, Caxias-RS caiu diante do Treze-PB no mata-mata do acesso. Um ano antes, o São José-RS (que subiu em 2018) perdeu o acesso para o Atlético-AC. Em 2016, o Ituano caiu para o CSA. Por aí, dá para ver como os times do Norte/Nordeste são fortes mesmo enfrentando adversários, em tese, mais competitivos e estruturados.

Um bom início para o Joinville, que deverá reformular completamente a sua equipe, seria observar quem disputou o acesso na Série D deste ano. Quem subiu (Ferroviário-CE, Treze-PB, São José-RS e Imperatriz-MA) e quem não subiu (Caxias-RS, Linense-SP, Campinense-PB e Manaus-AM). O mesmo vale para o ano de 2017. Certamente, o Joinville pode encontrar atletas acostumados a este tipo de competição e prontos para aparecer num clube mais tradicional, como é o JEC.

O artilheiro da Série D de 2018, por exemplo, poderia ser uma boa opção. Edson Cariús, do Ferroviário-CE, marcou 11 gols na Série D deste ano. Na temporada, foram 20 – somando também o Campeonato Cearense. Outra aposta poderia ser o atacante Eduardo, do Atlético-AC. Na Série C deste ano, ele marcou sete gols. No ano passado, na Série D, fez nove gols. É este tipo de jogador que poderá se encaixar na realidade financeira do tricolor.

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É preciso ter muita humildade (diretoria e torcida) para reconhecer que exemplos, como os atletas citados pela coluna, serão a nova realidade do JEC. E, na verdade, o próprio Joinville já cresceu a partir destes exemplos. Em 2008, alguém conhecia Lima? Na época, deixou o Goiás após um problema pessoal. Antes, pouco brilhou em Brasil de Farroupilha-RS e Veranópolis-RS. No Joinville, se tornou o maior artilheiro da história do clube.

O lateral Eduardo, peça-chave na Série D de 2010, na Série C de 2011 e na Série B de 2012, veio do Confiança-SE. O próprio goleiro Ivan veio do Operário-PR, de 2010, e antes só havia jogado em XV de Jaú-SP e Costa Rica EC.

O Joinville ainda poderia ficar atentos a nomes como o atacante Weverton (artilheiro da Série D de 2017, hoje no Cuiabá); o meia Branquinho (que subiu com o São Bento-SP para a Série B, em 2017, e com o Ypiranga para a Série C, em 2015); o lateral Márcio Lima (que fez boa campanha pelo Ypiranga-RS em 2017 e subiu com o São José-RS em 2018).

São opções. É este tipo de busca que o comitê de futebol (auxiliado por um gerente contratado) terá de fazer para montar um time competitivo.

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