A diretoria do Joinville convocou uma entrevista coletiva para a tarde desta quinta, na Arena, e havia uma grande expectativa em relação a novidades do futebol – definição do novo gerente, planos para a disputa da Copa Santa Catarina e Campeonato Catarinense 2019. No entanto, nenhuma novidade a esse respeito foi divulgada.
Continua depois da publicidade
Na verdade, durante quase duas horas, o presidente Vilfred Schapitz, o diretor de patrimônio Luiz Fernando Bublitz, o diretor jurídico José Acácio Piccinini e o diretor administrativo Alexandre Poleza usaram a entrevista para trazer números dos problemas financeiros do clube.
Foram citados números de ações judiciais (65), fornecedores não pagos (192), empréstimos feitos por diretores ao JEC (mais de R$ 1,2 milhão), o déficit até o mês de junho (mais de R$ 2,4 milhões), justificativas para não funcionamento do site e das cobranças das mensalidades dos sócios e ações das gestões anteriores.
Houve ainda um reconhecimento de que erros foram cometidos no futebol, especialmente pela falta de planejamento e contratação de um executivo para a função. A direção do JEC pediu desculpas e diz que espera fazer deste fracasso uma oportunidade para crescer.
Em meio a tantas informações repetidas, já repercutidas e de conhecimento do torcedor, o novo diretor de marketing, Leonardo Castelo, deu afirmações interessantes. Reconheceu que a área de marketing e comercial do JEC simplesmente não existiram na última gestão, chegou a afirmar que o departamento de sócios “parecia um posto de saúde por não ter nenhuma identificação com o clube” e disse que é preciso encantar os sócios para eles se manterem fieis ao JEC. Por fim, declarou que o Joinville só crescerá com planejamento em todos os setores, a partir da contratação de profissionais para todas as áreas.
Continua depois da publicidade
Opinião
Leonardo Castelo afirmou algo fundamental durante a entrevista coletiva: o Joinville se comunica muito mal. E esta entrevista coletiva foi a prova disso. Embora esteja claro que todos os diretores estavam dispostos a mostrar serviço (deram a cara à tapa) e apresentaram suas justificativas, não havia necessidade de passar quase duas horas sem mostrar ações efetivas para o futuro.
O que se concluiu é que não há plano para o futebol nem plano estratégico (ele está sendo montado, segundo a direção). Portanto, quando ele estiver pronto, aí sim poderá se falar algo. Nas redes sociais, pipocaram frases de decepção com o conteúdo da entrevista, afinal, houve muita expectativa e nenhuma ação, de fato, apresentada para o futuro.
O JEC perdeu uma boa oportunidade. Neste momento, pós-rebaixamento, a entrevista (que tinha a intenção de dar uma satisfação ao torcedor) teve efeito contrário: provocou mais ira em razão da falta de novidades sobre a sequência do clube.