O Joinville ganhou várias lições em Tubarão: do passado, em relação aos erros que ainda comete, e para o futuro, principalmente pensando na Série C. Antes de observarmos todas as lições do 3 a 3, cabe aqui a análise da partida.
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O JEC foi soberano no primeiro tempo diante do Hercílio Luz. Tomou um susto numa saída errada de Emerson e num chute de Tiago Pará. No entanto, teve mais posse de bola, controlou o jogo e percebeu um erro que os donos da casa cometeram: jogar com a defesa muito adiantada. A cada erro do Hercílio Luz, a bola em profundidade se tornava uma boa arma para o JEC. Assim, Rafael Grampola marcou o primeiro gol, após o lançamento de Elias.
O segundo gol veio numa ótima construção de Alex Ruan e Eduardo Person. Na tabela, o volante tocou no meio das pernas de Cleber e marcou um golaço.
Com 2 a 0, o Tricolor ainda quase marcou o terceiro em outra jogada de profundidade, com Breno e Rafael Grampola. Cleber salvou o gol do camisa 9 joinvilense.
Depois desta chance, apareceu o cara do jogo: João Maria Lima do Nascimento. Ele mesmo: o Lima. O maior artilheiro da história do JEC marcou dois gols e participou diretamente de outro.
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No primeiro, contou com a boa jogada de Bruninho e o bote errado de Bruno Aguiar para ficar frente a frente com Emerson antes de marcar. No segundo, Lazio não conseguiu segurar o camisa 99, que ofereceu a sobra de bola para Levi. No terceiro, foi atropelado por Emerson e ainda marcou de pênalti.
Conclusões: apesar do pouco tempo, o primeiro tempo do JEC de Matheus Costa animou. A equipe, como cita o começo do texto, correu poucos riscos e produziu bastante ofensivamente, controlando a partida. O que não animou foi o desempenho coletivo e individual defensivo.
Defensivamente, a atuação individual de Emerson foi preocupante. Saiu mal do gol em, pelo menos, três ocasiões – uma no primeiro tempo, na qual Lazio o salvou, e uma no segundo, quando cometeu o pênalti sobre Lima. O pior é que estas saídas erradas já aconteceram em Lages, contra o Internacional. Ainda defensivamente, Lazio e a dupla Helder/Dick novamente deixaram a desejar quando foram exigidos.
O segundo sinal de alerta foi o desempenho na segunda etapa. Como já alertou a coluna e outros colegas de imprensa, o Joinville sofria muitos gols nos 45 minutos finais. Agora, já são 16 dos 19 gols sofridos na segunda etapa. Algo que Matheus Costa está atento, percebeu nos treinos e trabalhará para corrigir nas próximas rodadas.
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O terceiro alerta, na verdade, é uma constatação: Lima, hoje, é o artilheiro do Campeonato Catarinense com o mesmo número de gols marcados por Rafael Grampola. A diferença é que Lima joga numa equipe mais fraca.
Com a atual condição do jogador, a comissão de futebol do Joinville poderia, no mínimo, avaliar a contratação dele num acordo de produtividade, com risco de rescisão em caso de indisciplina. Vale lembrar que o Tricolor corre sério risco de perder Grampola e encontrar um artilheiro não é tarefa fácil.
Com o compromisso de Lima de aceitar a reserva e um acordo de produtividade, ele poderia ser útil na Série C. Se o atacante ajuda o Hercílio Luz com oito gols, por que não poderia ser ao JEC?
É lógico que o histórico dele divide a torcida, mas é preciso avaliar o momento. Garantindo condições de evitar riscos (costurando bem o contrato), faria sentido. O exemplo é Emerson Sheik no Corinthians, campeão brasileiro. Aos 39 anos, ele ajudou na Libertadores e está muito ciente da sua condição. Lima pode se enquadrar na mesma realidade.
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Para isso, no entanto, será necessário muita sobriedade para a comissão do futebol esquecendo os resquícios do passado, e sobriedade também aos torcedores, que são magoados com o atleta. Particularmente, acho que valeria a tentativa. Entendo quem não o aceite por tudo o que aconteceu no passado, mas, com sobriedade, analisando o momento, ele está sendo útil, com algo que o Joinville sofreu em 2015 e 2016: falta de gols.
Sobre a equipe, há grandes deficiências. Com o tempo, algumas delas podem ser corrigidos com o trabalho – questão da intensidade, por exemplo – mas, para outras, será necessário contratar.