O técnico Matheus Costa afirmou, após o jogo, que o primeiro gol, sofrido aos dois minutos da partida, derrubou o que o Joinville esperava propor para o duelo contra o Bragantino, neste domingo, na Arena. Difícil afirmar que o cenário seria outro sem o gol. O fato é que o JEC teve problemas em todos os setores.
Continua depois da publicidade
Na bola parada, sofreu o gol e correu outros riscos, em oportunidades de Guilherme Mattis e Vitinho. Assim como aconteceu em Tombos, sofreu gol de bola aérea — assunto velho e já citado em outras avaliações. Problema da equipe desde a gestão Rogério Zimmermann.
No posicionamento em campo, uma equipe espaçada, com dificuldades para trocar passes justamente por causa dessa falta de aproximação.
Foram várias ocasiões nas quais zagueiros davam passes longos para atacantes. Pelo lado, não havia aproximação dos pontas aos laterais. Na marcação, o segundo gol mostra uma grande demora na recomposição pelo lado direito. A jogada começa com o goleiro do Bragantino e há muito campo livre por este setor.
Mas o pior foi o descontrole dos atletas. O JEC praticamente não teve jogo coletivo. Após o gol, sobraram tentativas individuais de Madson, Eduardo Person, Alex Ruan e até de jogadores mais experientes como Emerson Silva, Bruno Aguiar e Rafael Grampola.
Segundo o relato de colegas, o jogo deste domingo lembrou em muito a exibição diante do Tombense. Ou seja, se aquela atuação não foi atípica, a equipe precisa ser repensada em vários aspectos, desde as escolhas até a estratégia proposta pela comissão técnica. O que o Joinville fez aqui não o credencia em hipótese alguma a ser postulante ao acesso. Pelo contrário: hoje, este time é candidato ao rebaixamento.
Continua depois da publicidade
Número assustador
Assunto repetitivo da coluna, mas vale a ser citado: sob a gestão de Matheus Costa, o Joinville sofreu 12 gols em oito jogos. Excluindo as três partidas sem sofrer gol (onde, registre-se, há mérito), o número fica ainda mais preocupante, pois são 12 gols em cinco jogos, ou seja, média de 2,5 gol nestes confrontos. Na entrevista, o comandante tricolor admitiu que mudanças devem acontecer no sistema defensivo a partir da próxima rodada.
Não vira
Em entrevista, o lateral-esquerdo Alex Ruan afirmou que “bateu o desespero na equipe após o gol”. O fato não é novo no Tricolor. Em todas as vezes que saiu atrás no placar neste ano, o JEC perdeu. Foram nove ocasiões nesta temporada – sete no Campeonato Catarinense e duas na Série C. Nem empatar o time conseguiu. Falta equilíbrio psicológico para este grupo.
A confiança
Fora de campo, a questão da confiança se reflete, mais uma vez, na quantidade de torcedores presentes na arquibancada. Na estreia, mais 2,8 mil tricolores prestigiaram o jogo contra o Ypiranga-RS. Após a derrota da semana passada, diante do Tombense, o número diminuiu em 400 pessoas. Outro tropeço na próxima rodada certamente irá tirar mais gente na quinta partida, quando o Joinville receberá o Cuiabá.