(Foto: Dario Lins, Eco Trilhas Serra Catarinense)
Se a natureza foi generosa com a serra Catarinense, é ela, também, que fornece as condições ideias para quem busca aventuras acompanhadas de paisagens de tirar o fôlego. Na sexta e última reportagem sobre a região serrana, publicadas semanalmente no Diário Catarinense, o ecoturismo é o tema da vez. Trilhas, cicloturismo, montanhismo, expedições fotográficas e observações de aves são algumas das atividades que atraem um número cada vez maior de pessoas. São roteiros diferentes, em locais pouco explorados.
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Dario Lins é proprietário de uma agência de ecoturismo. Ele conta que trabalha no ramo há quatro anos e que em 2017, só na empresa dele, foram mais de 300 visitantes em busca de trilhas, de um ou mais dias, por locais pouco frequentados.
— O ecoturismo está sendo praticado hoje por um grupo de pessoas consciente em relação ao meio ambiente. Eles caminham pela paixão e pela necessidade de estar em contato com a natureza. Eu percebo que existe uma busca muito grande neste sentido. As pessoas estão precisando se reconectar — explica Lins.
A Pedra Furada, por exemplo, é vista por muitos de cima do Morro da Igreja, que tem acesso por Urubici. Somente durante a caminhada é possível entrar, literalmente, dentro dela. Para isso, é necessária a autorizado do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO), mediante agendamento e com acompanhamento de condutores cadastrados. Para chegar ao local é preciso caminhar cinco quilômetros, em um percurso que, entre ida e volta, leva oito horas. Do ponto é possível observar a Serra do Corvo Branco, as Pirâmides e a Serra Furada.
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Outro destino escolhido pelos visitantes é o Cânion do Funil, em Bom Jardim da Serra. São formações rochosas que lembram um funil gigante, avistadas à beira de um precipício. Para chegar ao local é preciso um pouco dedicação, são 14 quilômetros de ida e volta, com uma média de seis horas de caminhada. A taxa de visitação é de R$ 25. As trilhas, nos casos que envolvem montanhas, subidas e descidas, são feitas com mais frequência no inverno e no outono, em função do clima geralmente seco. Já no verão, a escolha, normalmente, é por caminhadas que levem a lugares com cachoeiras, onde os aventureiros podem aproveitar para se banhar.
É possível conhecer também as vinícolas e cidades da Serra de bicicleta. O cicloturismo leva a um passeio diferente em meio aos vinhedos. Embarcado em uma bicicleta, o visitante conhece de perto como funciona a produção das uvas para os vinhos finos de altitude. Esse tipo de passeio é oferecido por agências de turismo, que oferecem estrutura, como bicicletas e capacetes.
— Esse é um tipo de atividade que cresce. Estamos tendo cada vez mais procura, principalmente das pessoas que gostam de pedalar, que querem ver a cidade, as vinícolas, de um jeito diferente. É o que o pessoal chama de turismo de experiência. Vivemos no Brasil uma onda de pessoas que cada vez mais vivem o ciclismo — comenta o guia de turismo, Eduardo Sobania.
PARA VISITAR:
Cânion do Espraiado – Urubici/Grão Pará: caminhada de 25 quilômetros (ida e volta), com duração de 12 horas e taxa de visitação de R$ 25. Um lugar rico em vegetação, que apresenta profundos e imponentes paredões e uma belíssima queda d´água, a nascente do Rio Espraiado.
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Nascente do Rio Pelotas – Bom Jardim da Serra: o início da trilha fica próximo ao Morro da Igreja (divisa dos municípios de Urubici e Bom Jardim da Serra/ SC), com seus 1.822 metros de altitude. Todo o percurso é de aproximadamente 10 quilômetros (ida e volta), são seis horas de caminhada até se chegar à nascente do Rio Pelotas. No fim da trilha, avista-se o Morro da Igreja, a Pedra Furada, ambos de um ângulo que poucos conhecem.
Cachoeira do Avencal – Urubici: trekking e rapel em uma das maiores quedas d'água da região, com 100 metros de altura. Na parte superior da cachoeira, pratica-se a tirolesa. Localizada a poucos minutos do centro de Urubici, tem acesso tanto pelo alto da cachoeira (de carro) quanto pela parte inferior (trilha).
Pedra da Águia – Urubici: formação de arenito, cujo formato lembra a cabeça de uma águia. Localizada a cerca de 30 quilômetros do centro de Urubici, próximo à Serra do Corvo Branco, é uma boa opção para os praticantes de rapel (120 metros).