Lixeiras, paradas de ônibus, placas de sinalização, lâmpadas, postes e até cemitérios têm sido alvo de vândalos em Lages. Providenciar a troca ou mesmo conserto depois das depredações tem virado rotina na Secretaria de Serviços Públicos e Meio Ambiente. Somente no ano passado, 300 lixeiras da cidade foram quebradas.
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– Cada lixeira custa, em média, R$ 100. Se tivéssemos que comprar tudo novo, o prejuízo seria enorme para a prefeitura. Os reparos são feitos pelo nosso pessoal e tentamos reutilizar materiais. Mesmo assim, quem paga é o povo – comenta Euclides Mecabô, secretário de Serviços Públicos e Meio Ambiente de Lages.
Em 2017, um caso de destruição chamou bastante a atenção: em um único dia, 56 túmulos apareceram quebrados no Cemitério Municipal Cruz das Almas. Imagens sacras, mármores e vidros estavam danificados e cruzes, derrubadas. O incidente ocorreu em junho. Também a iluminação pública vem sendo atingida. Toda semana chegam à prefeitura denúncias e informações relacionadas a postes depredados. Na maior parte dessas ocorrências os danos são provocados por disparos de armas contra as luminárias. As chamadas bandejas, que protegem as lâmpadas, ficam totalmente perfuradas, e muitas vezes até mesmo os reatores são danificados. Resta uma escuridão nas ruas.
Para tentar sanar o problema, duas equipes técnicas da secretaria percorrem 40 pontos diferentes todos os dias na cidade. A estimativa é que sejam gastos aproximadamente R$ 80 mil mensais somente com manutenção da iluminação pública em Lages, sendo 10% deste valor devido a atos de vandalismo, de acordo com Mecabô.
O principal desafio da prefeitura é localizar quem que pratica esse tipo de delito. “Como os atos acontecem muitas vezes de madrugada, fica difícil localizar o vândalo”, afirma o secretário.
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Somente ocorrências de grande proporção são levados para a polícia tentar solucionar. Depredar patrimônio público é crime previsto no Código Penal (art. 65 da Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998). A pena estipulada é de um a três anos de prisão e multa.
Os atos de depredação em Lages têm sido apurados, e o delegado Rafael Barbosa, da Central de Polícia de Lages, afirma que prisões acontecem.
– É um crime afiançável, então alguns acabam pagando fiança e são liberados, mas temos casos de pessoas que ficam detidas – afirma o delegado.
Para tentar mudar essa realidade, a Secretaria do Meio Ambiente diz que neste ano dará início a uma campanha de conscientização nas escolas. Uma exposição para apresentar alguns dos objetos depredados também está prevista para acontecer nos próximos meses, no Calçadão de Lages. A intenção é chamar atenção para esse problema, que não prejudica apenas a prefeitura, mas, principalmente, o cidadão.
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– Fazemos um apelo à população para que nos ajudem a monitorar e a denunciar os vândalos, pois isso é crime e cabe investigação policial. Todos precisam estar comprometidos a preservar o patrimônio público, pois são recursos provenientes de impostos que são desperdiçados – diz o secretário Euclides Mecabô.
Denúncias sobre ações de vandalismo podem ser feitas à Polícia Militar, pelo telefone 190, ou à Secretaria de Serviços Públicos e Meio Ambiente, fone (49)3225-6990.