A polêmica em torno do caso de um grupo de mais de 20 pessoas contratadas para trabalhar na colheita do tomate, em Rio Rufino, na Serra catarinense, que estaria trabalhando e morando sem segurança e em péssimas condições, teve desfechos nesta terça-feira (17). O responsável pelos contratos pagou parte da dívida que tinha com os funcionários.
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Oito pessoas foram embora, com a passagem de ônibus comprada pela prefeitura de Rio Rufino, que acompanha o caso. O restante do grupo afirmou que, mesmo tendo dinheiro a receber, deve deixar o alojamento hoje para voltar ao Oeste do Estado, de onde vieram para trabalhar na Serra. A promessa do empregador é de depositar o restante dos salários na semana que vem, de acordo com os trabalhadores.
Há seis meses eles estavam vivendo em um alojamento improvisado no mesmo terreno da plantação sem condições de higiene e até quase sem comida. Além da moradia sem estrutura, adultos e crianças usavam apenas um banheiro, sem saneamento básico. Eles denunciaram o caso à polícia na semana passada e relataram a falta de equipamentos de segurança na colheita do tomate. Imagens gravadas pelos próprios trabalhadores mostram todos eles colhendo tomates de pés descalços, alguns passavam veneno na plantação sem nenhum tipo de segurança, com o equipamento nas costas.
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Na gerência do Ministério do Trabalho em Lages, os fiscais dizem que tem conhecimento da lavoura de tomate em Rio Rufino, mas ainda não foram ao local. A reportagem só conseguiu contato com o responsável pela lavoura por telefone na segunda-feira. Na terça-feira ele não atendeu as ligações. Ele informou que pagaria as verbas rescisórias e que iria dispensar todos os trabalhadores.
Disse ainda que deu dinheiro extra para eles comprarem os próprios equipamentos de segurança e que era o único a passar agrotóxicos, sempre respeitando os limites. Sobre as condições de moradia, disse que foi uma opção das famílias para não pagar aluguel.