Quem olha para os céus na região serrana tem notado que eles ficam bem mais cinzas nos dias de tempo seco. As queimadas aumentaram nessa época, segundo dados do Corpo de Bombeiros.

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Na Serra, de janeiro até agora já foram mais de 109 ocorrências atendidas pela corporação envolvendo fogo em vegetação, 85% a mais que no ano passado. A maioria desses incêndios foi registrado no mês de agosto. 

Na região, muita gente usa o fogo para renovar o pasto, principalmente nessa época do ano em que o tempo está mais frio e seco. A técnica pode ser feita, desde que se tenha uma autorização do Instituto do Meio Ambiente. O professor e doutor em manejo florestal, Thiago Floriani Stepka, explica que é preciso cumprir algumas normas para ter a chamada “queima controlada”.

— A construção de um aceiro, que é uma faixa livre de vegetação que quebra a continuidade do material combustível fazendo com que o fogo fique confinado naquela área. Não utilizar essa técnica em dias muito quentes, com presença de ventos, com umidade relativa baixa.

O professor faz um alerta: a queima feita todos os anos pode ser mais prejudicial do que favorável ao solo.

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— Locais com a topografia bastante acidentada você repetindo essas queimas todo o ano pode auxiliar no processo de erosão, lixiviação da cinza, de outros elementos do solo para os rios, prejudicando o meio ambiente – explica.

Em Santa Catarina, o número de ocorrências envolvendo queimadas também cresceu. Neste ano já são 1.655 ocorrências, 11% a mais que em 2018.

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Queimadas irregulares prejudicam o abastecimento de energia elétrica

Na Serra Catarinense, região onde mais se tem queimas de campos irregulares mais de 7,3 mil Unidades Consumidoras, ou seja, casas e empresas ficaram sem energia elétrica, só neste mês de agosto, por danos na rede elétrica provocados pelas queimadas. Isso representa 400% a mais que no ano passado.

Esses problemas são ocasionados, geralmente, por queimas irregulares podem provocar dois tipos de desligamentos no sistema elétrico os de longa e os de curta duração. O que acaba prejudicando a produção nas indústrias, hospitais e escolas.

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