A vida está sendo comemorada de um jeito muito especial no Hospital e Maternidade Tereza Ramos, em Lages. Pacientes que recebem alta da UTI Covid-19 pedem música para celebrar a volta para casa. O responsável por tocar e cantar é o técnico de enfermagem Rodrigo Chaves Medeiros, que trabalha na unidade desde 2017, mas antes da profissão era músico. 

Continua depois da publicidade

> SC tem 125 pacientes aguardando por um leito de UTI para Covid-19

Rodrigo conta que a ideia de levar alegria e esperança aos pacientes que vencem a batalha contra o novo coronavírus veio da equipe do hospital da Serra de Santa Catarina.

— Quando iniciou a pandemia começamos a pedir aos pacientes pedirem a música e a gente colocava música no celular. Os colegas falaram para trazer a gaita e o violão para cantar. Eu comecei a levar.

> Mais leitos de UTI Covid serão abertos na Serra e Meio-Oeste

Continua depois da publicidade

Assista ao vídeo de uma das altas no hospital de Lages

Entre tantos pedidos um dos mais recentes é do seu Celso Branco Fernandes, de 65 anos. Ele recebeu alta da UTI Covid no dia 8 de abril e triunfou a saída animado, dançando na cadeira de rodas com a música “É disso que o Velho Gosta”. Ele estava internado desde o dia 26 de março. 

O técnico de enfermagem diz que é um momento de respirar aliviado, e que fazer parte disso é muito gratificante.

— É muito gratificante ver eles saindo, porque a gente acompanha tudo. Desde o início do tratamento, até o pior quadro do paciente. Então, para mim é muito gratificante ver o paciente vencer.

> Saúde mental: como lidar com o medo na pandemia

Os pedidos são variados: de músicas gaúchas até religiosas. Ânderson Miguel Branco de Freitas é cabeleireiro em Lages. Ele pegou Covid em fevereiro e ficou 20 dias no hospital. Ele conta que, para a saída dele, Rodrigo precisou aprender a tocar e cantar a música.

Continua depois da publicidade

— Tanto na UTI para quem tem Covid quanto na enfermaria, são dias bem difíceis. A doença, além de causar todo o dano que ela causa, falta de ar e tudo, ela mexe muito com o emocional da gente. Quando eu fui para a UTI eu tive muita crise de pânico, de medo. E quando ele começou a tocar fora do meu quarto eu já comecei a chorar porque você tá com o emocional muito mexido, é emocionante, é gratificante na verdade — diz Ânderson.

No Hospital Tereza Ramos o violão e a gaita já viraram instrumento de trabalho. A torcida é para que eles sejam usados todos os dias. Na unidade a música representa renascimento. Vitória para equipe do hospital e para o paciente e a família.

Leia também

Vídeo mostra momento em que prédio em construção desaba e deixa feridos em Caçador

Morre no hospital mulher espancada pelo marido no Meio-Oeste de SC

Paulo Gustavo completa um mês internado na luta contra a Covid-19