A semana foi marcada pela presença do frio e da geada, na Serra Catarinense. Essa geada tardia preocupa os produtores de frutas como a uva e a maça, porque pode resultar em perda de produção. Medidas de combate ao frio intenso nos pomares e vinhedos são tomadas para tentar evitar os danos. Em São Joaquim, produtores passam a madrugada fazendo fogo e fumaça nas plantações para tentar impedir que a geada se forme. Um trabalho que é feito, geralmente, quando a temperatura está abaixo nos 4 graus nesta época.

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“A gente colocou vários pontos no vinhedo de galões com combustão pra gente tentar aumentar a temperatura do vinhedo. Então, tentar não deixar ele fica nesse ponto crítico de congelamento,” explica a enóloga da Vinícola, Maikely Paim.

O gerente da Epagri de São Joaquim, Marlon Couto, explica que o frio é importante no período de dormência das plantas, que acontece no inverno. Nesta época as temperaturas baixas são prejudiciais para o desenvolvimento da fruta, já que ela está em período de brotação.

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“Ela traz prejuízos pra produção, que também vai gerar perda de qualidade e futuramente no preço pago ao produtor pela fruta”, comenta.

Em alguns locais, produtores estão sendo criativos na hora de combater o clima gelado. Makoto Umemiya é produtor de maça, ele trouxe uma máquina de vento da china. O ventilador gigante fica ligado à madrugada toda. O vento não deixa a geada se formar. O investimento foi alto, R$ 200 mil, mas tem evitado muitos prejuízos.

“Cria turbulência pra misturar o ar e com isso ele consegue de três a quatro graus aumentar a temperatura, e isso já é o suficiente para salvar os pomares nessas geadas tardias”, explica o produtor.