Moradores do interior de Lages estão sem água; prefeitura decretou situação de emergência

Mais de 70 famílias de 35 comunidades do interior de Lages estão sem água em suas casas. A seca é tamanha na região que até nascentes estão secando. Pesquisas mostram que essa estiagem é a mais forte dos últimos 48 anos em Lages. Nesta semana, caminhões começaram a levar água para encher os reservatórios das propriedades rurais. São três caminhões que vão fazer o trabalho, dos Bombeiros, do Batalhão Ferroviário e de uma empresa privada de Lages.

A falta de chuva trouxe prejuízos para agricultura, um levantamento da Secretaria de Agricultura do município e da Epagri mostra que 40% da produção de soja, feijão e milho foi perdida. O reservatório da Secretaria de Águas e Saneamento de Lages (Semasa) está dois metros abaixo do nível normal. Com essa medida de levar água para o meio rural, a cidade está entrando em uma situação crítica. Por isso é muito importante que os moradores continuem reduzindo o consumo de água. Lages será a segunda cidade a receber o kit de perfuração de poços artesianos, comprado pela Associação dos Municípios da Região Serrana (Amures) para atender os municípios mais afetados pela seca. Este kit está em São Joaquim, primeira da região a receber os equipamentos.

Lages em situação de emergência

O Decreto de Situação de Emergência nº 17.994 foi assinado nesta quinta-feira (07) pelo prefeito Antonio Ceron. Segundo a prefeitura, no período entre novembro 2019 e abril de 2020, o registro de chuva foi 40% abaixo da média histórica.

"Temos como base também os eventos climáticos que contribuíram para uma série de perdas nas atividades agropecuárias com destaque para as lavouras de grãos como: feijão, milho e soja, fruticultura, pecuária de corte e leite, bem como na falta de água para o consumo humano em muitas propriedades rurais. Observamos ainda que o nível do rio Caveiras, onde é realizada a captação de água para o abastecimento da população residente na área urbana de Lages o nível está muito abaixo do normal”, explica o prefeito Ceron.

Nos próximos dias outro decreto, que estabelece regras para o uso da água e prevê punições para quem desperdiçá-la, será assinado.