Santa Catarina tem hoje oito centrais de regulação do Samu – Serviço Atendimento Móvel de Urgência. Mas, em Lages, os médicos reguladores têm reclamado da falta de profissionais para atender à demanda. Pela portaria nº 1.010 do Ministério da Saúde a região Serrana que tem 290 mil habitantes, precisaria ter 350 mil para contar com mais um médico regulador por turno.

Continua depois da publicidade

Mas eles afirmam que tem meses em que o número de ligações ultrapassa regiões maiores, como Chapecó, que tem três médicos reguladores por plantão. Na última tabela de ligações que as centrais tiveram acesso, de 2016, a região de Lages atendeu no mês de setembro 6.224 ligações, e Chapecó 6.152.

“Todas as demais regiões têm no mínimo dois médicos reguladores, porque eles atingem o número mínimo populacional. Só que Lages pela sua condição em termos de população não atingir ela consegue atingir o número de ligações  que as outras regiões têm. Então a demanda de volume de trabalho por médico é muito maior”, afirma o advogado da categoria, Eduardo Coutinho.

Um dos profissionais, que pediu para não ser identificado, diz que muitas ligações ficam represadas e que atendimentos graves, que não podem esperar, acabam sendo prejudicados – “e pode ter casos desse paciente vir a óbito porque a gente não conseguiu encaminhar a ambulância mais rápida pela falta de um segundo médico regulador” – lamenta. 

A OZZ, empresa terceirizada que administra o Samu informou que segue o número de médicos reguladores previsto em contrato. Para reforçar a equipe, dependeria de uma negociação entre a Secretaria de Estado e o Ministério da Saúde capaz de alterar a portaria e o contrato. O secretário de Estado da Saúde não foi localizado para comentar o assunto.

Continua depois da publicidade

Mas, na Serra, esse não é o único problema relatado pelos profissionais. Hoje, eles estão trabalhando apenas com uma ambulância avançada. A reserva foi deslocada para São Joaquim para substituir a viatura que estava sem seguro quando se envolveu em um acidente, na SC-114, no dia 11 de janeiro. “Como a nossa reserva foi para lá, nós não temos uma ambulância reserva avançada hoje. Se por ventura der algum problema na ambulância, mecânico, seja lá o que for, a ambulância é baixada e tem que esperar ser consertada para ter novamente uma UTI móvel em Lages”. 

Sobre essa situação, a empresa OZZ disse que até agora não foi consertada, porque o processo de reposição está em andamento, mas é demorado porque precisa adaptar um veículo para os serviços médicos.

Leia todas as pubilcações de Eduarda Demeneck