Quatro irmãs que estavam no abrigo de Lages foram adotadas por duas famílias que moram nos Estados Unidos. Recente as meninas de cinco, sete, nove e 15 anos viajaram para o novo endereço. Na chamada adoção casada ou compartilhada existe o compromisso de manter a relação entre os irmãos. Um dos casais ficou com a mais nova e a adolescente. A outra família, com as duas meninas do meio. Lá, eles devem possibilitar que elas convivam de alguma forma, seja mantendo contato por telefônico, troca de mensagens ou em encontros presenciais.

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“Como a ideia é sempre manter os irmão juntos, fizemos a busca por pretendentes que aceitassem principalmente a adolescente. Não havendo habilitados no Brasil, pedimos a ajuda da CEJA” (Comissão Estadual Judiciária de Adoção), conta a assistente social que participou do processo, Sumaya Dabbous 

O CEJA tem uma lista com os pretendentes internacionais e onde os pedidos se centralizam. O contato com as futuras famílias durou cinco meses. Os casais estiveram em Santa Catarina e por trinta dias eles ficaram no estágio de convivência. Com autorização do juiz Ricardo Alexandre Fiúza, titular da Vara da Infância e Juventude, eles puderam sair com as meninas para uma viagem ao litoral catarinense, como uma forma de se conhecerem melhor. Durante dois anos o caso será acompanhado pela justiça. A cada seis meses as famílias precisam enviar um relatório com informações de profissionais das áreas da saúde, educação e psicologia. A agência que representa os casais no Brasil é quem fará o contato com a justiça catarinense. No Brasil, o interesse por adolescentes ainda é pequeno, em Santa Catarina 80% dos 3 mil inscritos para adoção querem bebês. Campanhas do judiciário tentam mudar essa realidade, o programa de Apadrinhamento Afetivo é uma delas. A iniciativa dá aos candidatos à adoção a possibilidade de se tornarem padrinhos de uma criança ou adolescente, além de aproximar futuros adotantes ao espaço de acolhimento.

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