O historiador Felipe Reis abriu ontem documentos que estavam dentro de uma cápsula do tempo que estava enterrada há mais de 80 anos e havia sido encontrada em dezembro por funcionários que trabalhavam na demolição do Colégio Aristiliano Ramos, em Lages. Dentro da cápsula, foram encontrados quatro jornais A Época e Correio do Estado, dos anos de 1932 e 1934, além de um convite para o lançamento da pedra fundamental para a construção da Escola Normal (3 de outubro de 1934) e moedas. Os objetos estavam bastante deteriorados pela ação do tempo. Desde o dia 20 de dezembro, quando a cápsula foi localizada, o material estava sendo desumidificado no Museu Thiago de Castro. 

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– Agora vamos começar um estudo para saber por que esses jornais foram escolhidos para estarem aqui – disse o historiador.

Acredita-se que mais cápsulas como essa possam estar enterradas em outros prédios públicos do Estado. Desde 2017, a Fundação Cultural de Lages tem feito um levantamento no acervo do Memorial Nereu Ramos, interventor de Santa Catarina entre 1935 e 1938. Fotos revelam que na época em várias inaugurações e lançamentos de pedras fundamentais Nereu Ramos aparece com caixas iguais à encontrada na demolição do colégio de Lages. Uma delas foi o início das obras da Colônia Santa Tereza, em 1938, em São Pedro de Alcântara. Na época, a colônia foi concebida para receber pessoas que sofriam de hanseníase (lepra) e atualmente atende a pacientes de pós-operatório. O que mostra que essa era uma prática comum de Nereu Ramos.

O prédio do Colégio Estadual Aristiliano Ramos estava interditado desde 2011 e foi demolido para dar espaço a uma praça. O antigo colégio será demolido para dar espaço à revitalização do Centro da cidade. A praça João Costa, onde está localizado, será expandida, com área de lazer e espaço para eventos culturais.

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