Nossa série de carnaval está indo para o segundo episódio na NSC e, na boa, já estou com saudades das produções. Como foi bom encontrar estes baluartes de Laguna. Como foi bom aprender através da nossa querida repórter Eduarda Demeneck sobre os desfiles que rolam no Meio-Oeste. Tanto que decidi trazer umas linhas aqui para o nosso cantinho, no intuito de fazer vocês viajarem um pouco comigo. É uma pequena rima com tom de crônica, feita com muito carinho.
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Quantos carnavais, quantos campeonatos, desfiles e apresentações em grande estilo? Quantas histórias atravessaram décadas e passarelas? Em Laguna, Sul da nossa Santa Catarina, o último desfile oficial foi em 2013. De lá pra cá a saudade bate na mesma cadência da vontade de estar na avenida extravasando, acumulando títulos, divertindo o povo, representando a cultura e escrevendo ainda mais o nome na história.
Em 1946, nascia uma nação chamada Xavante. Na época, o ainda bloco de marcha Rancho, foi lançado no bairro Magalhães, e acabou se tornando uma das principais paixões daquela região da cidade. Paixão que está viva, latente e cada vez mais forte no peito de quem um dia entrou no bloco somente para brincar, e acabou levando tão a sério que fez dele uma religião.
Cada um tem uma história diferente pra contar sobre como se apaixonou pela cultura dos enredos, notas máximas, fantasias e desfiles. Mas se tem algo que é unanimidade quando se visita uma sede de escola, ou tem contato com sua bela trajetória, é o amor que só aumenta a cada carnaval.
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Vinda de uma outra região da cidade de Anita Garibaldi, a primeira rival da Xavante, fundada em 1947, também tem muito amor. O coração da família Brinca Quem Pode bate nas cores vermelho e branco. Ahhh! Chamar de família não é nenhum exagero. Ela foi fundada pelo pai de família e baluarte, Paulo Paeta! Ser família Baeta ou Brinca quem Pode, parece mesmo coisa só.

Carnaval da melhor qualidade tem também no Meio-Oeste. Logo ali, onde o Rio do Peixe divide as galerias de baluartes, é Joaçaba e Herval, que com sua arte, não só colocam em êxtase quem consome da sua arte, mas que também fazem história e enchem de orgulho quem delas fazem parte. O carnaval com agremiações começou oficialmente em 1979, com nascimento da Vale, a primeira das escolas, aquela que tem sobrenome nobre…samba. O povo que queria ser rei pelo menos em uma noite, decidiu que a partir daquele ano, o carnaval não seria mais somente para pular e brincar. Seria algo sério, mas ainda sorridente. Seria o evento que faria todo e qualquer plebeu se sentir real e contente ao desfilar. Hoje em dia, quatro escolas fazem de Joaçaba um dos mais fortes e organizados carnavais do País. Mas ainda que tenha muito esforço para colocar as escolas na avenida, o povo que faz os olhos de qualquer um encherem com tanta beleza ainda é colocado a prova.
Ahhhhh carnaval! Como é bom te contar, como é bom encontrar em você tantos motivos para te amar. O povo que samba, do samba, está sempre sorrindo. O samba cura e faz feliz quem um dia esteve pra baixo e deprimido.

Se tem algo que não se pode esquecer, e sim enaltecer, é esse povo lindo e catarinense que vive as escolas de samba, dá o seu melhor na avenida e torna a cultura do carnaval parte importante na vida de tanta gente. Gente simples que se agiganta a cada desfile, se sente livre por estar no palco da rua. Gente com realidades diferentes, contente por produzir os maiores espetáculos que se pode ver. A festa não vai acontecer, infelizmente. Mas em 2022 todos os fabricantes de alegria e bambas de todos cantos de Santa Catarina vão fazer o dobro para extravasar e trabalhar. Afinal de contas, seja no Sul o Estado, na Capital ou no Meio-Oeste, o carnaval é feito pelo povo, para o povo. Pra quem tá dentro é uma entrega, pra quem assiste, é um presente. Axé!
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