Desde que o samba é samba, nunca se viu algum bamba desistir dos seus versos malandreados, dos trejeitos condizentes com a boêmia, ou ainda, das belas rodas de improviso. O samba rasgado, enredo, cadenciado, seresta ou partido alto, tanto faz. O samba se faz capaz, sagaz e eficaz, principalmente contra o mau humor, das pessoas aborrecidas, rancorosas e desanimadas. O samba nosso de cada dia que luta e se faz luz que erradia por todos os patamares da sociedade. Foi ele, inclusive, que fez chorar o poeta, emocionar o senhor de grandes terras e ainda faz apaixonar as donzelas. Ritmo de favela, de gueto, de morro e de preto, sim senhor. Samba sublime que faz unir povos em nome do amor.

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Poderia perder muito tempo tentando versar sobre o que o samba significa para o povo brasileiro. Mas em vez disso, quero valorizar o pavilhão mais antigo na nossa Desterro. Os Protegidos da Princesa, do Morro do Mocotó, a resistência que nasceu para que surgisse enfim o carnaval de escolas de samba por aqui. Setenta anos de história, de lutas e glórias, de disputas e títulos. Minha velha senhora, obrigado por existir e nos presentear com o seu bailar perfeito. Te amamos tão forte que chega a doer o peito. Mesmo que não seja fevereiro, sei que és nossa por inteiro! Parabéns, nação da aldeia pela passagem de seu aniversário na última quinta-feira!