Outro dia fui visitar a galerinha do clube Martinelli, que há mais de cem anos revela talentos do remo para o mundão. Foi lá que encontrei esse queridão da foto. Antônio Luiz Vilela é morador do Morro do Tico Tico, no Maciço do Morro da Cruz e foi através da modalidade que ele ficou internacionalmente conhecido.

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Quando era jovem e os clubes de remo ainda ficavam nas imediações Capitania dos Portos, onde hoje funciona a Fundação Franklin Cascaes, próximo ao Terminal Cidade de Florianópolis, Toninho foi com três amigos tentar ingressar no remo. Isso foi na década de 1960, quando era comum os candidatos a atletas se apresentarem em quatro, que era o número mais comum de equipes. Pois bem, chegando lá com seus parceiros, nosso querido personagem recebeu uma resposta negativa. Não pode ingressar nos clubes por ser negro, que não eram bem vindos no âmbito.

Cara, ele me contou a história com os olhos marejados, disse que nunca havia sentido o racismo se manifestando contra ele com tanto requinte de crueldade. Mas, quis o destino que ainda no mesmo ano, um ser iluminado e desprovido de qualquer preconceito, lhe fez ingressar de vez na modalidade. A partir daí, Toninho se tornou a sensação das águas por aqui.

Foi vencedor estadual por muitas vezes, campeão brasileiro outras tantas, que nem lembra quantas vezes o primeiro lugar do pódio foi seu, e por fim, foi detentor do troféu itinerante Aldolfo Konder por doze anos consecutivos. O mais bacana dessa história é que hoje em dia, os filhos e netos do cara são atletas do mesmo clube que o revelou para o meio esportivo. Toninho marcou na história. Concordam?

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