No domingo, dia 13, a assinatura da Lei Áurea, que pôs fim à legalidade da escravatura negra no Brasil, completa 130 anos. No mesmo dia, o Projeto Vicente do Espírito Santo – SOS Racismo, do Centro Universitário Estácio, de São José, celebra quatro anos de trabalho de extensão, pesquisa e ensino em relação ao combate ao racismo.

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A professora Edelu Kawahala, que coordena o SOS Racismo, ao lado do professor Luciano Góes, destaca que a data é de reflexão sobre as consequências da escravidão. Após a sanção da Lei Áurea, no dia 14 de maio de 1888, em torno de 750 mil negros e negras foram alforriados sem amparo legal ou medida protetiva e afirmativa por parte do Estado e das pessoas que detinham o poder: “Vemos poucos motivos para comemorar, mas, sim, a necessidade de abordar a questão do racismo e como isso continuou após a escravidão. Outro ponto importante nesta data é que na umbanda se comemora o dia dos Pretos e Pretas Velhas, que são a representação da resistência negra, apesar do cativeiro”.

Mulheres

Para marcar a trajetória do projeto e a data no país, serão promovidas atividades e discussões na universidade durante este mês. Uma das questões será a condição das mulheres negras, refletida no caso da vereadora Marielle Franco, por meio da palestra da mestre em Ciências em Direito Lorena Duarte “Podem as Negras Falar? Marielle Presente” que ocorrerá no dia 16. Também será promovida palestra com o doutor em Antropologia Marcelo Silva, que abordará o questionamento “Meu Deus, Meu Deus, está extinta a escravidão? Samba, Epistemologias e Resistência Negra”. De acordo com o SOS Racismo, os eventos pretendem oferecer uma formação acadêmica crítica, que ultrapasse o tecnicismo e capacite profissionais comprometidos com as demandas sociais brasileiras.

Para a doutora Edelu, uma das conquistas mais relevantes nesse período foi a oportunidade de trabalhar tanto pelo posicionamento contra o racismo como pela produção de uma epistemologia negra. 
– O principal avanço foi ter pautado raça na universidade. Conseguimos ser referência nesse tema, pois trabalhamos com racismo, mas também com cultura negra – afirma.

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O projeto SOS Racismo atende todas as quartas e quintas-feiras no Núcleo de Prática Jurídicas da Estácio, no campus de São José (Rua Leoberto Leal, 431, Barreiros), das 14h às 17h30min. O atendimento é presencial ou agendado pela pagina do SOS Racismo.

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