A música “Tambor”, da banda Congah, é uma canção que fala das diversas maneiras de encontrar a paz que o coração precisa, e que na maioria das vezes está nas pequenas coisas, pequenos gestos, ou até mesmo no vasto mar do pensamento, que nos leva até a felicidade.
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“Eu toco tambor, para matar a saudade da minha família e ancestrais…”
Foi com essa música que os amados parceiros da Congah me fizeram refletir em tempos tão turbulentos. Os caras usam uma mescla de sonoridades brasileiras, como o Ijexá, reggae e pinceladas do pop rock.
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O Gabriel Melloy, intérprete da Congah, é o autor da parada que vai ser lançada nesta sexta-feira (27). E temos uma certeza: o som é um acalento para todos que estão vivendo esses dias fatídicos que 2020 está, a contragosto, nos proporcionando.
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No videoclipe a banda mostra a história de um imigrante senegalês, alfaiate, músico, que busca matar a saudade por meio do seu Tambor. Modou Kara, Senegalês da cidade de Dakar, 29 anos, há 7 mora no Brasil, hoje morando em Florianópolis.
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Garoto simples, com uma infância sofrida, tendo passado por algumas famílias em sua criação, por falta de condições financeiras de seus pais. Encarou a vida de frente, quando criança sua mãe lhe ensinou o ofício da costura. Com isso, nascia Modou Kara alfaiate, com o passar dos tempos as artes que já faziam parte de seu cotidiano africano, como a dança e a música, fizeram com que naquele menino aflorasse um artista sensível e talentoso.
Aos 22 anos, decidiu sair do Senegal e vir para o Brasil. De maneira difícil, teve a perda de amigos nesse caminho. Percorreu toda a América do Sul a pé, fazendo de cada dia e cada quilômetro percorrido um aprendizado diferente e rico de surpresas.
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Sofreu preconceito de todas as maneiras possíveis. Com sua ingenuidade e bondade foi por vezes enganado. O menino do Senegal há sete anos faz história e uma legião enorme de amigos.
Com seu trabalho na costura e música conquistou a Ilha da Magia. Conheceu a Congah, há pouco mais de 2 anos, onde já fez figurinos para shows e clipes da banda. Sua maneira sempre sorridente de tratar com todos é cativante.
Nosso amigo e protagonista, Modou Kara, superando dificuldades sócio econômicas, culturais, preconceitos, em pleno 2020, tem que provar dia a dia que devemos combater 24 horas o preconceito ainda existente. E ele é prova de que isso é possível, mas não fácil.
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Vida longa à arte! Vida longa aos que, com suas vozes e dons, caminham incansavelmente para buscar dias melhores.
Viva a Congah!
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