Fui procurado por lideranças das imediações do bairro Potecas, em São José, que está prestes a receber as obras do novo cadeião da região. Segundo os moradores, o poder público sequer ouviu as comunidades do entorno para que tal medida fosse tomada.
Continua depois da publicidade
A obra está prevista para o loteamento Recanto da Natureza, próximo ao Jardim Botânico. Sendo assim, tomo a liberdade de compartilhar, aqui no Rolê, o que me foi enviado pelas lideranças e demais moradores de lá.
“A população pede direito de resposta! Além de ser contrária, entende que as contrapartidas citadas no processo por parte da prefeitura não representa os interesses da população. Um tratamento de esgoto próprio e uma área de lazer não diminui em nada o impacto socioeconômico e de infraestrutura desta comunidade, cansada do descaso do poder público.”
Segundo os líderes comunitários, na primeira audiência conciliatória, dia 18 de junho, foram apresentadas 30 áreas e, após acordo entre prefeitura e governo do Estado, ficaram definidos dois lotes do Recanto da Natureza como local do futuro presídio. No dia seguinte, começaram as mobilizações dos moradores, que resultaram na primeira manifestação no dia 24.
Mais recentemente, dia 13 de setembro, um abaixo-assinado com 8 mil assinaturas foi entregue no gabinete da prefeita Adeliana Dal Pont, pedindo que o município não libere a área para a construção do presídio. Agora, os líderes contam com a presença da comunidade na próxima audiência, marcada para o dia 30 deste mês.
Continua depois da publicidade
O movimento lembra que, só no Jardim Botânico, são pautas antigas: pontos de ônibus na Rua Acelino Pereira; calçadas em frente às áreas de APP; conserto das bombas de esgoto da Casan; falta de manutenção dos proprietários de lotes; obras jogando entulhos em áreas verdes e terrenos baldios; e falta de rondas da Guarda Municipal e da Polícia Militar.
Já no Recanto da Natureza, os moradores reivindicam desde a inauguração do loteamento: placas de identificação nas ruas; saneamento básico; paradas novas e manutenção das atuais; e pintura de sinalização nas ruas, como faixa de segurança.
Entre os pontos negativos da instalação do presídio, apontados pelos líderes do movimento estão o crescimento desordenado da região; desvalorização dos lotes e imóveis; entre outros.
“Essa comunidade trabalhadora tem um ambiente tranquilo e não merece conviver com todos percalços de um presídio, como aumento do consumo de drogas, tentativas de fugas de presos, ambiente de muita periculosidade, poluição sonora e sirene de viaturas que terão circulação 24 horas na região a serviço do sistema carcerário”, diz uma das líderes que procurou o Rolê.
Continua depois da publicidade
A coluna se coloca a disposição do Poder Público caso queria se manifestar sobre a construção do presídio, democratizando a discussão.