Na semana que passou fiz um rolê pelas comunidades do Maciço do Morro da Cruz para ouvir o que as pessoas pensam sobre a Covid-19 se espalhar pelos morros. Fiquei sabendo que existe uma distância significativa do poder público quando o assunto é trabalhar a prevenção e distribuir kits de higiene, usados no impedimento do contágio. Todos, absolutamente todos, enalteceram os trabalhos das equipes dos postos de saúde. 

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Segundo os moradores, os profissionais tem feito atendimentos fantásticos quando procurados nas unidades. Mas, os moradores salientam a importância de ter uma espécie de pelotão extra nas comunidades, visitando casas (respeitando o distanciamento) e consequentemente, conscientizando quem ainda não aderiu a quarentena, ou, que não entendeu a gravidade do problema que estamos enfrentando. 

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Notei pelas conversas que as distribuições de cestas básicas estão sendo feitas pelas entidades, ong’s, pessoas físicas e até mesmo pelos setores de responsabilidade social da prefeitura. Mas, as máscaras, garrafas de álcool em gel e sabão em pedra, ainda seguem escassos. Aí a gente fica pensando “Por que fazer doações para os moradores das comunidades?”

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Primeiro, porque muitas pessoas nessas áreas estão desempregadas e sem condições de se proteger, como muitos de nós. Segundo, porque segundo especialistas, as áreas vulneráveis serão as mais atingidas pela doença.

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Outra demanda que existe dentro dos morros é a pouca eficácia nos serviços de internet oferecidos pelas operadoras. No Mocotó, por exemplo, tem gente trancando cursos, estudando com apostilas, mesmo tendo condições de frequentar aulas online, e ainda, desistindo dos ensinos fundamentais e médio. No asfalto, as coisas acontecem num estalar de dedos, como foi o caso do restabelecimento dos serviços depois do ciclone.