Fábio Botelho é um cara apaixonado por Carnaval desde moleque. Quando pequeno, seu pai o levava para os encontros que tinha com grandes nomes da nossa cultura, como o fundador da Embaixada Copa Lord, Armando Gonzaga. Tanto que guarda até hoje uma pele de tamborim que ganhou do baluarte. Fábio cresceu, se envolveu com uma das principais escolas de samba da Capital e a paixão, que até então era somente de um folião, deu asas a um novo gestor do setor.
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Pois bem, Fábio assumiu a Liga das Escolas de Samba da Grande Florianópolis num momento crítico. O país atravessava a pior crise de todos os tempos e a entidade tinha, no lugar da credibilidade que construiu, uma lista de dívidas sem tamanho. Os desfiles foram perdendo força à medida que os recursos paravam de entrar e os patrocinadores se afastavam. O que fazer diante de tal situação?
Fábio buscou integrar as escolas, remodelar a festa, e a Prefeitura, por sua vez, estendeu a mão a esse paciente agonizante chamado Carnaval de passarela. Ainda faltavam dois grandes passos para que a nossa maior manifestação cultural a céu aberto voltasse a ser um produto e ganhasse corpo novamente. Entrou em cena a produtora RK, empresa experiente no ramo de entretenimento, que tem como missão tornar o agora Complexo Nego Quirido em um atrativo para os amantes da cultura do samba e também para os turistas que vem acompanhar nossos espetáculos. A visibilidade ganhou forças com contrato assinado com a NSC Comunicação, que vai transmitir os desfiles do grupo especial.
Mas mesmo com essas possibilidades de crescimento, Fábio Botelho e todos os envolvidos na organização do Carnaval da Nego Quirido vão enfrentar os desafios de mudar algumas coisas que já eram tradicionais por aqui, desde a sua criação. As campeãs de 2019 voltarão à passarela no dia 9 de março, sete dias depois do desfile oficial. A RK promete trazer um mega show para arrematar um bom público, mas será mesmo que foi uma boa decisão não fazer mais o desfile das campeãs na terça-feira?
Outra mudança que me parece irreversível é o aumento de agremiações no grupo especial. Hoje temos seis escolas se enfrentando e nenhuma delas deve cair para o grupo inferior. Do acesso, vem a campeã e o mesmo deve rolar em 2020. Ou seja, em 2021 serão oito escolas na elite e o sobe e desce de grupos voltará a ser uma realidade.
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Como ainda estamos em 2019, e aprendi que devemos evoluir gradativamente, fica aqui o meu desejo de que tudo saia como planejado para o Fábio, a quem envio os meus melhores cumprimentos. Levantar essa poeira toda e ressuscitar o nosso Carnaval, não está sendo fácil.
Parabéns, guerreiro!