Meus queridos, este pequeno texto é apenas uma reflexão de um comunicador favelado que, diante de tantas atrocidades que acompanha, decidiu colocar pra fora um desabafo sobre os males que assombram as nossas comunidades e sociedade de um modo geral.

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Eu, Edson Amaral (Edsoul), perdi as contas de quantos dos meus se perderam, morreram ou foram presos porque se envolveram com o meio criminoso. Lembro bem dos tempos em que corríamos atrás da boa e velha pipa, pelos morros que cercam o Centro da nossa querida Floripa.

Acredito que, hoje em dia, sou um dos poucos da minha geração que tem o “sinal verde” para transitar em todos os guetos da Grande Florianópolis. Mas isso não me deixa feliz, pois, por um lado, acabo sendo um dos poucos da minha rapaziada que tem visto de perto a “evolução” do crime. Rádios amadores, foguetes em punho para avisar que mais uma incursão policial se inicia, fuzis que deveriam ser de uso exclusivo das forças armadas, moleques sem altura nem idade, mas sedentos pela morte dos inimigos.

Na boa, precisamos começar a perceber que essa invisibilidade estabelecida pelo alto escalão da época é um faz de conta para que continuemos alimentando o separatismo, a segregação de classes e de etnias. As oportunidades precisam chegar nos guetos, do contrário vamos contabilizar corpos, detentos e reféns da violência. Penso em reeducação, implantação de projetos que realmente elevem a autoestima, que nos levam a igualdade.

“Pertenço ao mesmo mundo que você, basta que você me permita provar que sou igual.”

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