Como é bom você assistir um videoclipe e se ver nele. Melhor que isso, ouvir um som e ter certeza que ele foi feito pra você. O rapper paulistano Emicida vai além. O cara talvez seja um dos poucos que consegue despertar atitudes nos jovens periféricos para uma busca pelo famoso futuro de redenção.

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Eu fiquei pensando em como escrever sobre a admiração que sinto pelo rapper, designer, diretor, empresário e representante do povo preto que, mesmo sendo novo, já tem um legado muito bonito. Até que numa conversa com meu irmão de lutas, Babyton Santos, surgiu exatamente o que penso sobre o Emicida.

Babyton é educador popular e membro de movimentos sociais, um dos poucos que acreditaram que este colunista, oriundo do movimento hip hop, realmente poderia ser protagonista numa empresa de grande porte como é a NSC. Dito isso, compartilho o que pensamos.

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Já faz um tempo que Emicida se tornou um dos principais pensadores do Brasil. Confesso que é estranho admirar tanto um cara mais novo, já que geralmente somos influenciados por pessoas mais velhas que possuem certa bagagem e experiência.

Uma das coisas que me impressionam em Emicida é a capacidade de ressignificar a história do povo preto por meio de suas dores e cores. Ele pinta poesia no caos.

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Para ele, a cura está ligada à terra, ancestralidade e memória. Falar de terra é falar de África, é falar de referências.

Num país onde precisamos todos os dias combater mentiras que contam acerca do povo preto e lidar com o racismo desde a tenra infância, louvar Exu e ocupar o Theatro Municipal de São Paulo parecem atos revolucionários quando deveriam ser apenas pequenas alegrias da vida adulta.

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O documentário é também uma bela oportunidade de admirar e conhecer referências negras de diversas áreas.

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Um lindo desfile de estrelas negras, uma verdadeira constelação preta, onde os encontros e cruzamentos de almas acontecem de maneira simples e revolucionária.

Em “AmarElo- É Tudo Pra Ontem” tudo tem um sentido e fundamento. Nada ali é à toa ou aleatório, para usar um termo da moda.

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Por falar em moda, ele desenha para a sua própria grife.

EMICIDA É O MÁXIMO!!!

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Ser livre é poder ser o que quiser, e tudo bem