Outro dia fui fazer um rolê lá pras bandas do bairro Areias do Campeche, comunidade do Sul da Ilha, onde os moradores estão cada vez mais unidos nas atividades que controlam a ociosidade da molecada, principalmente, através do skate. A praça que fica no coração da área era um antigo sonho dos que moram por lá desde a década de 1980. Antes disso, as brincadeiras eram no chão batido e nas poucas lajotas que existiam. Pois bem, a o poder público municipal entregou o primeiro espaço de lazer e o sonho se realizou. Parquinho para os menores, quadra poliesportiva, academia para a terceira idade e uma pista de skate de alvenaria novinha em folha, tudo como manda o figurino. Foi aí que uma galera iniciou uma parada muito massa, voltada as questões sociais e, óbvio, para o fomento do street, categoria que a pista comporta. Passado o tempo, uma outra galera viu o esforço do grupo e tratou logo de doar uma mini ramp. Pra quem não sabe, a mini ramp é um dos equipamentos fundamentais para quem deseja evoluir na modalidade e ter suas habilidades ainda mais desenvolvidas.

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Resultado, a galera decidiu montar a parada em plena praça, naquela ânsia de ter logo a ramp a disposição dos  futuros atletas. Mas, não se sabe se foi por denúncia anônima ou por coincidência, logo apareceram os fiscais da prefeitura proibindo a montagem. Disseram que por se tratar de um espaço público, nada poderia ser construído no local e que, teriam o período máximo de 24 horas para sumir com aquele “entulho”. Fomos procurados pela galerinha do bem que na verdade, só quer ter um novo atrativo no bairro e, quem sabe, gerar oportunidade para que novos atletas como o nosso querido Pedro Barros, por exemplo, surjam na ilha. Tratei logo de procurar a prefeitura da capital para saber se realmente não havia possibilidades de fazer com que o equipamento fosse uma nova realidade do bairro.

Recebemos uma nota da prefeitura, explicando como os moradores devem proceder para que o equipamento móvel possa ser instalado.

“A Prefeitura de Florianópolis informa que qualquer instalação em espaço público deve ocorrer mediante autorização da administração municipal. Neste caso específico, não houve qualquer tipo de pedido para análise e deliberação de autorização junto aos órgãos municipais competentes. O que deve ser feito, inclusive, visando a segurança e integridade física dos próprios usuários interessados em usufruir do equipamento esportivo em questão.

A solução portanto é que haja um pedido formal ao município para que o mesmo possa analisar a possibilidade de instalação da rampa. Caso seja em uma praça, o pedido deve ser junto à Floram. Já caso haja pretensão de que a rampa seja instalada em via pública, deve ser aberto um protocolo junto ao Pró-Cidadão, na categoria “Utilização de logradouro público”.

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Bom, como trata-se de uma peça em madeira com padrões internacionais, que não requer instalação fixa, e que não oferece nenhum risco para os praticantes (independente da idade), creio que o problema esteja resolvido. Agora, a comunidade vai buscar enfim, a autorização para realizar mais um sonho. Parabéns aos esportistas engajados do bairro Areias do Campeche, a prefeitura por apontar os caminhos do que pode ser feito e, obviamente, aos que doaram o equipamento.

Jovem de Florianópolis é uma promessa no skate, mas precisa de uma força para seguir em frente

Jovem de Floripa é promessa no skate
Jovem de Floripa é promessa no skate (Foto: Divulgação)

Na mesma visita que fiz ao bairro Areias do Campeche, conheci um irmãzinho de 20 anos, com um carisma sem igual e uma positividade que pouco se vê por aí. Quando encontrei o Leomar já saí logo comentando sobre a camiseta que ele estava usando, de um dos enredos mais importantes da Escola de Samba União da Ilha da Magia, sobre Cuba. O rapaz sem pestanejar, me disse que aquela havia sido uma doação da galerinha da área que está acostumada a ajudá-lo. Na pista de skate ele parecia extravasar a dureza do dia a dia, esquecer dos problemas que enfrenta em casa e do quanto precisa de ajuda para se dedicar aos estudos e ao esporte. 

Casa em condições precárias
Casa em condições precárias (Foto: Divugação)

A casa que o Leomar mora está em condições bem precárias, quase caindo. No próprio bairro inciaram um movimento para tentar arrecadar uma graninha para construir um outro barraco, mas como nem todos tem condições de contribuir, decidi fazer um apelo aqui no nosso cantinho. Que tal se sensibilizar e ajudar de alguma maneira? Vou deixar aqui meu contato de e-mail para que possamos juntos, auxiliar o rapaz. Combinado? edsoul.amaral@somosnsc.com.br