Como é difícil descrever o Antônio em poucas linhas. Como era difícil entender que um ser de poucos sorrisos tinha um coração tão grande. Fazer piadas e gozações dos outros, sem sorrir, era um dom dele que, certamente, nunca vamos entender. Antônio Carlos Barbosa, o “Seu Antônio”, da escola de samba Embaixada Copa Lord, em Florianópolis, morreu nesta segunda-feira (4) aos 66 anos vítima de um AVC (acidente vascular cerebral). Ele estava internado há dois meses por conta da Covid-19.
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Pouco se viu no meio carnavalesco alguém tão entregue e preocupado com a sua religião, esta, em amarelo, vermelho e branco. Antônio era um cara que colocava a paixão pelo seu barracão nas pontas das mãos. Fosse com cola quente, com alumínio, ou ainda com ferro quente, ardente, não importava. Se a missão era fazer o melhor desfile, mesmo com o pouco que havia lhe sobrado, ela o faria.
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Lembro-me que quando moleque, ainda morador do Morro da Caixa (Monte Serrat), achava que ele não gostava de mim, justamente pela fisionomia fechada. Com o tempo, fui me tornando próximo, amigo dos amigos, e, por fim, amigo do cara.
Mesmo tendo como especialidade as coordenações de barracão, foi como presidente que a escola resgatou aquela garra do “nós por nós”. Foi com ele à frente que a Embaixada Copa Lord foi abraçada novamente pela comunidade e, consequentemente, fez carnavais que tinham como característica principal a superação.
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Perder o Antônio significa também perder uma referência de luta pela cultura negra em Santa Catarina. Significa ter o exército que rege as folias de momo enfraquecido. Estamos de luto.
Nós, amantes do samba e do Carnaval. Nós, Embaixada Copa Lord e co-irmãs. Nós, pessoas que tivemos a sorte de arrancar um sorriso do nosso querido e agora saudoso, baluarte.
Antônio Barbosa, obrigado por tanto! Axé.
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