Pensem comigo, a chegada avassaladora da tecnologia nos fez cada vez mais mandar recados, mensagens, e-mails, emoticons, palavras abreviadas e o pior, nos fez conviver virtualmente e até mesmo, dizer que amamos através das telas de cristal líquido.

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Pois bem, aqui estamos nós, desconfiando de tosses, espirros, expressões de cansaço, sem abraços, beijos e qualquer tipo de manifestação carinhosa. Estamos fadados a fiscalizar a tia do balcão, a moça auxiliar de serviços gerais e o camarada que trabalha o dia inteiro manuseando dinheiro.

Nossas mãos devem estar sempre limpas (como se antes do coronavírus já não devessem estar). Cara, será que quando essa fase de afastamento passar, vamos recuperar o tempo perdido com anexos sem nexo? Será que vamos sair por aí distribuindo abraços a esmo, beijos sem limites e por fim, convivermos de forma sadia, celebrando uma nova vida? Vou dizer, não vamos ser suficientemente inteligentes para dividir sentimentos presenciais, com a distância que nos propicia a santa internet.  

Lá vamos nós, de novo, entrar cada um na sua redoma, no seu mundinho virtual, onde tudo está lindo desde que as curtidas e seguidores estejam aumentando. Quer se importar, sangue bom? Faça isso agora. Ame sem limites! Precisamos tornar a boa convivência, uma epidemia.

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