Passados dois dias do caos que viveram os moradores da Servidão Manoel Luiz Duarte, na Lagoa da Conceição, em Florianópolis, paro pra dar uma respirada e refletir sobre como foi sentir de perto a dor das famílias.
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Escrever e improvisar textos dois dias seguidos que remetessem para o telespectador a perda, invasão, destruição de casas e bens foi um grande desafio. Enxergar, nos olhos das pessoas que chegavam em botes capitaneados pelos Bombeiros, as lágrimas, a angústia e o medo foi, para mim, algo que cortou o coração.
Pior ainda foi chegar lá e ver a destruição depois da grande onda que o rompimento causou. Subir naquela servidão às 6h do dia seguinte foi como se estivéssemos entrando num cenário fantasma. Carros empilhados, buracos nas ruas, lama por toda parte e ninguém, além da nossa equipe, transitando. Com o acidente/incidente TUDO foi levado. A última casa da via mais parece ter sido abandonada há anos… também, não é pra menos, ela foi a primeira a receber a fúria da lagoa, que se transformou num mar dos mais revoltos que existem.

Se pra nós, profissionais de comunicação e jornalismo, é difícil aceitar que a força da água levou em segundos aquilo que tantos demoraram anos para construir, imaginem para os vitimados?
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Estávamos ali para reportar, auxiliar e informar toda a população. Sinceramente? Não tem como não se envolver, não sentir e, obviamente, não se entregar à emoção que tomou todos. Prestação de serviço é o mínimo que devemos oferecer aos que precisam. Do contrário, não faria sentido estar envolvido com essa missão doida de produzir, criar e televisionar. Sempre será #nóspornós.
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